Transporte Coletivo integra tecnologia para melhorias

As empresas que operam o transporte coletivo em São José dos Campos sob concessão Expresso Maringá, Saens Peña e CS Brasil elegeram a tecnologia como a principal ferramenta para tentar resolver os gargalos do sistema na cidade. Segundo usuários, os principais problemas são a superlotação de passageiros nos horários de pico, atraso dos ônibus e golpes no cartão eletrônico.

Ao todo, as empresas estão investindo R$ 11 milhões para renovar, aumentar e modernizar a frota de 388 ônibus. Eles serão equipados com computadores, câmeras e sistemas que visam ampliar o controle da operação em tempo real. Em junho, segundo diretores das companhias, chegam à cidade os nove ônibus articulados capazes de levar 50% a mais de passageiros. Os veículos serão usados nas linhas com problemas de superlotação, especialmente nos horários de pico.

Mas as empresas cobram da Secretaria de Transportes a criação de faixas exclusivas para a circulação dos ônibus em corredores viários e em regiões adensadas, como a central, sul e leste. Segundo diretores das empresas, boa parte dos atrasos e da superlotação dos veículos se dá por causa do trânsito congestionado em São José, principalmente nos horários de pico, entre 5h30 e 7h30 e das 16h30 às 19h30.

Operando 35 linhas com 124 ônibus da cor verde, a Expresso Maringá tem 40 ônibus novos, mais econômicos e espaçosos, e faz testes com um modelo articulado, que está sendo empregado na linha da ECO (Estação de Conexão de Ônibus), no Campos de São José. “Vamos colocar quatro câmeras em todos os carros para aumentar o controle da operação em tempo real”, disse Kátia Moreira, coordenadora de Recursos Humanos da Expresso Maringá.

Os 130 ônibus da cor azul da Saens Peña, que trafegam em 32 linhas, estão ganhando computadores de bordo para melhorar a comunicação entre o motorista e a central de operação da empresa. “Sabemos onde está o veículo, se está atrasado ou adiantado, e poderemos interagir com o motorista para dinamizar a operação”, afirmou Cristina Melo, coordenadora de monitoramento da Saens Peña. As 35 linhas sob a responsabilidade da CS Brasil, que opera com 134 ônibus da cor amarela, irão ganhar 51 veículos novos neste ano, equipados com rede de internet sem fio para os passageiros. Em São José, as três empresas contam com GPS nos coletivos, que permitem o monitoramento da frota.

Usuários do sistema de transporte coletivo em São José ainda sofrem com ônibus lotados, atrasos nos pontos e uma das passagens de ônibus mais caras do país. Para eles, o sistema precisa melhorar, e rápido. “Tenho que pegar três ônibus por dia e sempre encontro os coletivos muito cheios. Já cheguei a perder a viagem por causa disso”, disse Maria Ester Brito, 43 anos, doméstica que mora na região sul da cidade.

Diretor da Avetep (Associação das Empresas de Transporte do Vale do Paraíba), Rubens Fernandes disse que o valor da passagem não é repassado integral para as empresas, em razão da gratuidade no sistema. “Mais de 33% dos usuários não pagam. Em março, da tarifa de R$ 3,30, as empresas receberam R$ 2,07”, afirmou. “Por isso, por contrato, o reajuste da tarifa tem que ser anual”.

O Vale

Publicado em: 06/05/2013