A Organização Social em Saúde Pró Visão, que administra o Hospital de Clínicas Norte, no Alto da Ponte, zona norte de São José, pretende implantar medidas para melhorar a qualidade de atendimento e reduzir o tempo de espera.
As ações incluem a instalação de uma farmácia 24 horas, separar a ala da emergência em infantil e adulta, concluir o departamento de educação continuada, que oferecerá cursos de aperfeiçoamento profissional a médicos e funcionários, e implantar manuais e protocolos de conduta a serem seguidos no hospital.
A expectativa da OS é implantar as medidas até o final de junho. Além disso, em agosto, os prontuários dos pacientes serão eletrônicos. Segundo a gerente administrativa Mariana Moura, os prontuários eletrônicos vão impactar diretamente no tempo de espera.
“O médico terá um histórico do paciente e vai poder visualizar quantas vezes ele já esteve na unidade e os remédios que costuma tomar, além de facilitar os exames laboratoriais.” O Pró Visão assumiu a administração do Clínicas Norte em 12 de maio, após assinar um contrato de R$ 10,3 milhões com a Prefeitura de São José. O contrato tem duração de um ano e poderá ser renovado por mais quatro anos.
Durante a administração da prefeitura, a principal queixa dos usuários era o tempo de espera por atendimento. A doméstica Nair da Silva Santos, 54 anos, já esperou cerca de três horas para ser atendida no hospital. “Dessa vez demorou menos e as enfermeiras foram mais educadas e atenciosas.”
No último dia 2, o hospital recebeu uma demanda acima do normal de casos de emergência, o que ocasionou uma espera por atendimento de cerca de duas horas e meia. “Foi um dia atípico. Tivemos nove casos de emergência, sendo que normalmente recebemos três por dia. Isso gerou o atraso”, disse Mariana.
Segundo ela, a demanda por atendimento também aumentou. Pacientes de bairros como Jardim Paulista, na região central, Putim, na sudeste, e Jardim Satélite, na sul, têm procurado o hospital. Isso fez com que subisse o número de pacientes de 350 para 610 por dia.
Para agilizar o atendimento, a Pró Visão adotou a classificação de risco. Antes do atendimento, os pacientes passam por um enfermeiro, que avalia a gravidade do caso. “Priorizamos o paciente que esteja em estado mais grave, o que aumenta a sobrevida dele”, disse o gerente de assistência de enfermagem, Telson do Nascimento Santos.
O especialista em saúde pública Gilson Carvalho disse que as medidas são boas sob o ponto de vista gerencial, e poderiam ser tomadas antes. “Essas medidas não dependem de recursos financeiros.”
O Vale