Obras viárias da Zona Leste invadem área de Proteção

Uma obra viária da Prefeitura de São José dos Campos extinguiu parte de uma área alagadiça nos fundos do Parque Tecnológico, na zona leste da cidade, localizada numa ZDCA (Zona do Domínio do Curso D’água). As áreas classificadas como ZDCA integram as APPs (Áreas de Proteção Permanente) e tem como objetivo proteger nascentes de água e suas correntes, além de servir como várzeas para evitar enchentes.

Para duplicar a avenida Cesare Mansueto Giulio Lattes (estrada da Fatec), a Urbam (Urbanizadora Municipal) está jogando entulhos num trecho de uma grande área tomada por juncos às margens da via. A duplicação da avenida, segundo apurado por O VALE junto aos operários, tem como objetivo melhorar o acesso à Fatec (Faculdades de Tecnologia de São Paulo) e às futuras instalações da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Contudo, para ambientalistas, “APPs e ZDCAs são zonas que só devem sofrer interferência em último caso”, segundo explicou Lincoln Delgado. “Só em último caso, quando comprovada a utilidade pública e o interesse social, e na ausência de outra possibilidade, deve-se interferir nessas áreas”, emendou.

O ambientalista explicou ainda que na região do Parque Tecnológico existem várias nascentes e que, como a própria Lei de Zoneamento de São José determina, “seria importante preservá-las”. A Prefeitura de São José informou que cumpriu todas as etapas para licenciamento ambiental da obra foram cumpridas junto à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

A assessoria de imprensa da Urbam confirmou que parte da área alagadiça nos fundos do Parque Tecnológico será mesmo aterrada para a duplicação da via. Está sendo utilizado material de construção usado para o serviço. A avenida, segundo a Urbam, passará a contar com duas pistas (de 10,5 metros de largura cada), canteiro central com ciclovia e calçadas de 2,5 metros de cada lado. O prazo previsto é de 24 meses e o custo é de R$ 1,5 milhão.

“O projeto tem aprovação da Cetesb e a Urbam já contratou uma empresa especializada para realizar as devidas compensações ambientais”, informou a Urbam.

O Vale