Mais de 12 mil usuário são prejudicados sem ônibus na cidade

Uma ‘operação tartaruga’ realizada pelo Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba na manhã de ontem em São José prejudicou 12 mil usuários do transporte coletivo e terminou com a prisão de um sindicalista, acusado de roubo e agressão

Segundo a Polícia Civil, F. R, 35 anos, diretor do Sindicato dos Condutores de Sorocaba, agrediu um funcionário da empresa Expresso Maringá que orientava motoristas a desviar do trânsito lento. Na sequência, o homem teria roubado os dois celulares do funcionário agredido.

A ‘operação tartaruga’ tinha o intuito de protestar contra o reajuste salarial proposto pelas empresas que fazem o transporte coletivo. Os funcionários exigem aumento de 8,5%, além de R$ 450 de tíquete refeição e subsídio de R$ 160. A proposta patronal é reajuste de 6,2%.

De acordo com a prefeitura, o protesto interferiu na operação de 60 veículos. O sindicato sustenta que 220 ônibus aderiram. O protesto começou por volta das 7h e deixou o tráfego mais lento nas vias que funcionam como corredores de ônibus na região central até as 10h. Os veículos andaram em velocidade lenta e causaram congestionamento no trânsito.

O conflito começou quando fiscais da prefeitura e funcionários contrários ao protesto passaram a orientar o trânsito e outros ônibus para que desviassem da lentidão. Na Avenida Heitor Villa Lobos, dois funcionários orientavam motoristas para que evitassem a Adhemar de Barros, onde o trânsito estava lento.

Às 10h, cerca de 10 manifestantes teriam abordado os fiscais e ordenado que eles se retirassem. Como eles se recusaram, foram agredidos e, na confusão, uma das vítimas teve os dois celulares roubados. “A Polícia Militar foi acionada e, depois, as vítimas reconheceram o agressor. Mesmo não recuperando o celular, acredito que há informações suficientes para que essa pessoa permaneça presa”, disse o delegado Carlos Daher.

F.R. permanece preso e os sindicalistas pediram habeas corpus à Justiça. Caso não seja concedido, eles ameaçam novos protestos. A prefeitura disse que usou 26 agentes de trânsito e 8 fiscais nos principais cruzamentos da região central para desviar os ônibus antes que eles entrassem nos corredores viários onde havia lentidão de tráfego. As empresas de ônibus não comentaram o protesto.

O Vale