Fórum de seu segundo dia de fila para poder entrar

Pelo segundo dia consecutivo, o público enfrentou ontem filas e confusão para entrar no Fórum de São José dos Campos. A promessa de que os dois detectores de metal estariam funcionando ontem não foi cumprida. No segundo dia das novas medidas de segurança adotadas após o tiroteio que matou duas pessoas no prédio há uma semana, somente o cidadão comum era submetido ao único aparelho ligado.

Advogados e funcionários do prédio passavam apenas por uma triagem, com a retirada de pertences de metal de bolsas. A Polícia Militar e a Guarda Municipal continuavam fazendo a vigilância dentro do saguão. Por volta das 12h30, quando o Fórum foi aberto ao público, cerca de 40 pessoas fazia fila em frente ao prédio número menor que o verificado na segunda-feira. Mesmo assim, as reclamações persistiram. “A gente paga imposto e tem que passar por isso”, disse o motorista Juliano Diniz Souza, 35 anos.

Enquanto o cidadão comum tinha que se submeter ao detector de metal, e à consequente fila, advogados e funcionários seguiam caminho mais tranquilo, sem enfrentar filas. “O povo reclama demais, a troco de nada”, disse o advogado André Luiz Martins, 40 anos, dono do carro que foi alvejado por três balas no dia do tiroteio. “Eu poderia entrar com uma ação contra o Estado, mas deixa para lá.”

O diretor do Fórum, José Loureiro Sobrinho, foi procurado durante toda a tarde e início de noite de ontem por O VALE, mas não retornou às ligações. Quando o novo sistema de segurança do prédio foi implantado e um dos detectores apresentou defeito na tarde de segunda-feira, Loureiro disse que no dia seguinte o problema estaria solucionado.

Segundo informações de funcionários, ele esteve ontem ocupado em reuniões e também visitando o novo prédio do Fórum, no Jardim Aquarius, zona oeste. O local tem previsão de ser inaugurado em 9 de novembro. Com o defeito em um dos detectores de metal e apenas um em uso, a fila única gerou protestos de funcionários do Fórum na última segunda-feira. Quem voltava do horário de almoço, não queria se submeter à fila novamente. Esse foi o motivo para que o sistema fosse alterado.

Ao invés de fila e detector, advogados e servidores do Fórum apenas deixam objetos de metal numa caixa para logo em seguida pegar de volta. O sistema é parecido com as portas giratórias de bancos, só que sem porta ou invólucro de acrílico para armazenar objetos. “É um constrangimento para o profissional”, disse um advogado que preferiu não se identificar. Segundo relatos de servidores do Fórum, um técnico do Tribunal de Justiça do Estado iria ao local ontem para calibrar o detector defeituoso, para hoje, talvez, ele ser finalmente ligado.

Junto com o improviso na revista, o que não mudou também foi a presença de dois policiais militares e dois guardas municipais dentro do Fórum. Os guardas estão orientados a usar detectores portáteis para checar os objetos em caso de necessidade quando o detector apita por duas vezes, por exemplo. Em se mantendo o sinal de metais, a pessoa é levada para uma sala reservada, onde passa por uma revista feita por um policial militar. A PM disse que, se houver necessidade, reforçará a segurança do lado de fora do Fórum.

O Vale