Encontro de representantes decide o futuro da GM

Representantes da General Motors recebem hoje, às 9h, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para tratar da situação do complexo fabril da montadora na cidade. Para enxugar a produção da fábrica e ajusta-la à demanda de mercado, a GM abriu no início do mês um PDV (Programa de Demissão Voluntária), além de cortar um dos turnos da linha conhecida como MVA, que produz os veículos Corsa, Meriva e Zafira.

Após o encontro de hoje, os metalúrgicos poderão confirmar a possibilidade de fechamento total do MVA, uma vez que os veículos produzidos na linha estão saindo de mercado e seus substitutos vêm sendo produzidos em outras unidades da GM.

O presidente do sindicato, Antonio Ferreira Barros, o Macapá, admite o risco da extinção da linha, que resultaria na demissão de cerca de 1.500 pessoas. “Se a empresa continuar com essa postura, haverá uma demissão em massa. A GM tem feito pressão violenta em todos os setores para que os trabalhadores entrem no PDV”, disse Macapá.

Até o último dia 15, o balanço de adesão ao PDV era de 186 pessoas. O VALE apurou que supervisores de alguns setores da fábrica já foram comunicados sobre o encerramento do MVA, que poderia acontecer a partir de agosto. As concessionárias já receberam a linha ‘Collection’ das minivans Meriva e Zafira, que marca o fim da produção dos veículos, a exemplo do que aconteceu com o Vectra ‘Collection’ em 2011.

Para reverter o quadro da fábrica, o sindicato busca apoio da sociedade e do poder público. Na visão dos metalúrgicos, a GM não poderia efetuar demissões no momento em que foi agraciada com um pacote de benefícios para fomentar a indústria automotiva.

A manutenção dos postos de trabalho dos beneficiados seria, inclusive, contrapartida para a divulgação do pacote. Por outro lado, a GM afirma não desrespeitar o acordo feito com o governo, que preveria períodos de sazonalidade dos postos de emprego.

Quando o PDV foi implantado em São José, o diretor de assuntos institucionais da GM, Luiz Moan, afirmou que pelo acordo feito com o governo, as montadoras deveriam ter, no mínimo, o mesmo número de trabalhadores num período de um ano e meio.

O acordo também não diferenciaria as unidades da montadora no país. Desta forma, se cinco pessoas fossem demitiras em São José e cinco fossem contratadas em Gravataí (RS), onde a GM tem outra unidade, não haveria irregularidade. Além do MVA, o complexo da GM em São José produz motores e transmissores, e também abriga a linha de produção da picape S10, que opera em três turnos. Ao todo, a fábrica emprega cerca de 7.500 pessoas.

O Vale