A Avibras, com unidades em São José dos Campos e Jacareí, vai assinar contrato em março com o Exército brasileiro para a produção do Astros 2020 e pretende em maio recontratar 120 funcionários demitidos na crise do ano passado, quando 170 foram dispensados. Os demais já foram readmitidos no final do ano. Além disso, segundo a empresa, outros 100 podem ser contratados para a retomada da produção bélica na indústria ao longo do ano.
O presidente da Avibras, Sami Hassuani, salientou que, apesar de ainda não ter recebido verbas referentes ao Astros 2020, iniciou a recontratação dos demitidos para adiantar a implantação do programa. “Emprestamos dinheiro, usamos o que tínhamos para adiantar esse processo de contratação. Acredito que o programa comece a ser implementado em maio”, disse.
A estimativa do executivo é que a primeira parcela do Astros 2020 seja de R$ 200 milhões. A média anual de recursos liberados para o projeto é de R$ 250 milhões para os próximos oito anos. Mais do que reerguer a empresa, Hassuani acredita que a contratação do Astros 2020 pelo Exército brasileiro deva estimular a venda para outros países, uma das metas da Avibras para 2012.
“Este ano, precisamos exportar. O Astros 2020 é um programa que irá gerar produto por uma década e essa compra do exército brasileiro é fundamental”, disse. Especialistas da indústria bélica afirmam que, durante negociações para compra de sistemas de segurança, uma das primeiras perguntas feitas à empresa é: “o seu país usa este sistema?”
“A aprovação da MP da Defesa é a prova de que o governo quer ajudar. Sozinha, a empresa não faz nada”, disse. O governo também estuda capitalizar entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões referentes a parte da dívida da Avibras em ações da União na própria empresa.
O projeto tramita há três anos nos ministérios da Fazenda, Defesa, Casa Civil, Desenvolvimento e não tem prazo para ser aprovado. “Da última vez, estimei seis meses e já se passou um ano e meio.”
O Vale