Comédia mostra a chacota e os anos de bullying sofridos pela minoria rubra, que anuncia a sua plataforma de reivindicações.
Depois de passar por oito Estados e mais de 60 cidades do país, o espetáculo Os Ruivos faz sua estreia em São José dos Campos (SP), dias 21, 22 e 23 de outubro, no Teatro Colinas. Escrita por Pedro Monteiro e Leonardo Neves, a comédia tem direção de Cynthia Reis e mostra que a comunidade rubra também sofre preconceito.
Ameaçados de extinção e cansados dos apelidos maldosos como “arroto de fanta” e “água de salsicha”, os ruivos reúnem-se após anos de bullying e chacota e anunciam a sua plataforma de reivindicações. Entre as exigências estão os direitos a meia-entrada em dermatologistas, a cota ruiva na universidade, a Parada do Orgulho Ruivo, a eleição do mascote Ferrugem para as Olimpíadas de 2016, entre outras.
Ao abordar os temas do bullying e do preconceito racial, o espetáculo serve de metáfora para falar de maneira leve e divertida da discriminação às diferenças como um todo “Em algum momento, todo mundo sofreu com preconceito. Por ser gordo, magro, baixo, alto, negro, pela religião que possui. E mostrar isso pelo humor – no nosso caso, evidenciando a cor dos pêlos – é um jeito de mostrar que existe a segregação do diferente e que isso pode mudar”, afirma Pedro Monteiro, ator e autor da peça.
Sobre o espetáculo: Foi a sua vivência como ruivo que levou o ator Pedro Monteiro a escrever a peça, ao lado de Leonardo Neves. O espetáculo nascido de uma proposta inusitada estreou em outubro de 2008, no Rio de Janeiro, onde permaneceu em cartaz por cerca de um ano. Em seguida, viajou com o projeto Caravana Vermelha, que passou por unidades SESC do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, além de sete estados do país, nas capitais e no interior. Foram mais de 170 apresentações. Além de criarem o espetáculo, foi lançado ainda o Movimento Vermelho, que reúne dezenas de ruivos para debaterem as dificuldades e curiosidades de ter cabelo vermelho e sardas no Brasil. Porque o negócio está ruço para o ruivo.Com a premissa de erradicar a segregação, a comunidade rubra não pode ter preconceito. Por isso, em 2011, a peça lançou o Projeto Teatro sem Preconceito, que levou o espetáculo para localidades que não costuma receber produções teatrais, com parceiros como prefeituras e o grupo AfroReggae. “Segundo o IBGE, apenas 21% dos municípios possuem teatro. Procuramos incluir também os outros 79%”, explica Pedro. No dia 24 de setembro, a peça apresentou-se no III Encontro de Teatro de Mauá (SP), organizado pela Cooperativa Paulista de Teatro.
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