A Associação Brasileira de Recursos Humanos apontou os campos de engenharia e tecnologia da informação com os de melhor cenário de trabalho para 2012. O crescimento econômico do país e a maior oferta de trabalho teriam puxado a demanda por profissionais mais qualificados nesses setores, afirma a entidade.
Nas universidades, a procura por cursos ligados a esses dois setores aumentou. Na Anhanguera, o crescimento de inscrições nos cursos de engenharia subiu 30% nos últimos dois anos. Entre os cursos, o mais procurado foi o de engenharia civil.
Já na Universidade de Taubaté, 325 alunos de oito cursos de engenharia se formam por ano na instituição.
Aos 21 anos, o estudante do terceiro ano de engenharia mecânica Rodolfo Gutemberg, de Taubaté, traça seu futuro: trabalhar em uma multinacional nos próximos cinco anos.
Estagiando no setor desde o início do ano passado, disse não parar de receber indicações para outras oportunidades de aprendizagem. “Na minha sala, só não tem estágio ou até mesmo trabalho quem não quer. Os professores sempre procuram alguém para indicar”, disse.
Estudo da Anhanguera de São José mostra que o Vale possui cerca de 480 vagas para engenheiro não preenchidas, sendo 220 vagas para estágio. “A tendência é aumentar o número de vagas para os engenheiros diante de todo contexto de crescimento econômico do Brasil”, disse o professor Giuliani Garbi, diretor da Anhanguera de São José.
“O profissional de engenharia sempre ocupou lugar de destaque na região, independente da área de formação”, completa Garbi. O boom imobiliário registrado na região também auxilia a criação de oportunidades de emprego.
O presidente da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba), Cléber Córdoba, afirma que o déficit de profissionais no setor atinge desde serventes de pedreiro a engenheiros. “Há mercado para engenheiros civis recém-formados e também para os mais experientes. É um momento de muita oferta”, disse.
Formado em 2004, o engenheiro civil Felipe Petcov, 30 anos, afirma não ter tido dificuldade para encontrar o primeiro emprego. “Desde a faculdade já estagiava na área e fui contratado em seguida. Em São José, há muitas obras, muita oportunidade de emprego”.
O piso salarial de um engenheiro civil está avaliado em R$ 4.335. Apesar do salário maior que o de muitas áreas, Petcov diz que a carreira também traz dificuldades. “É muita coisa para coordenar, dependendo da fase da construção você fica o dia todo na obra. Não é fácil”, afirmou o engenheiro.
O Vale