O saldo de empregos formais, com carteira assinada, se manteve positivo em agosto nas três maiores cidades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, mas registrou retração na comparação com o mês de julho. Pesquisa do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgada ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que São José dos Campos, Taubaté e Jacareí tiveram saldo positivo de 694 postos de trabalho em agosto, contra 1.179 vagas em julho. A retração foi de 41,13%.
No acumulado de 2012, as três cidades aparecem com saldo positivo de 4.012 vagas. Taubaté lidera com 2.073 postos de trabalho, depois vem São José, com 1.128, e Jacareí, com 811. Comércio foi o setor que mais gerou postos de trabalho formais nas cidades. Foram 460 vagas em agosto, contra 193 em julho.
A área de serviços registrou retração de 81,5% entre um mês e outro, gerando 91 postos de trabalho em agosto ante 492, em julho. O setor industrial fechou agosto com saldo negativo de 101 empregos. Em julho, o resultado havia sido positivo, com 288 vagas. A construção civil manteve o saldo positivo de 213 postos de trabalho em agosto, mas gerou menos do que em julho, com 265 empregos.
Entidades do setor industrial e de comércio acreditam numa tendência de crescimento no saldo de empregos formais na região nos quatro últimos meses do ano. Também apostam na queda do número de demissões, com exceção de casos pontuais, como a General Motors em São José, que ameaça demitir 1.840 funcionários, em dezembro, considerados excedentes.
Comércio e serviços devem puxar o saldo positivo de geração de postos de trabalho até o final do ano em razão das contratações temporárias para o período de Natal. “Serviço é um setor que responde rápido à oscilação entre demissão e contratação. E comércio vai aumentar as vagas temporárias. As duas áreas vão puxar a alta no saldo de empregos formais na cidade”, disse Ricardo Dinelli, secretário de Relações do Trabalho de São José dos Campos.
Na avaliação dele, as indústrias sofreram os impactos da retração na economia internacional, cujos efeitos foram sentidos dentro do Brasil. “É uma área muito mais sensível às oscilações do mercado.” Quanto à situação na GM, que pode impactar negativamente o saldo de emprego em São José, Dinelli ainda acredita na possibilidade de que empresa e sindicato cheguem num acordo.
Ao contrário de São José e Taubaté, cujo saldo de empregos formais foi menor em agosto na comparação com julho, Jacareí aumentou a oferta de vagas de trabalho no mesmo período. José Carlos Peloia, 2º vice-diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Jacareí, confirma a fase otimista na cidade.
Segundo ele, as diversas empresas que estão com obras de instalação e de ampliação na cidade irão gerar milhares de empregos nos próximos meses e ao longo de 2013. “Não são ideias, mas projetos com cronogramas definidos. A fase é muito boa para a geração de emprego na cidade. A preocupação é se a infraestrutura vai acompanhar”, afirmou Peloia.
Gerente administrativo do Ciesp de Taubaté, José de Arimathéa Campos disse que as indústrias ainda sentem a crise internacional. Na cidade, as empresas tiveram saldo de apenas seis empregos formais em agosto, contra 178 em julho.
“A competitividade do setor está reduzida. Esperamos que as medidas adotadas pelo governo federal, como a redução do custo da energia elétrica, tenham impacto positivo.” Ele aposta que as empresas de serviços e comércio compensem a retração na indústria com as contratações para o final do ano. “Elas costumam abrir muitas vagas”, disse.
O Vale