Falta de Profissionais na area da Policia Civil na cidade

Falta de concursos públicos, aposentadorias e abandono de carreira estão entre os fatores que levaram a um déficit de ao menos 572 profissionais da área de Segurança Pública no Vale do Paraíba, entre delegados, investigadores, escrivães e peritos da Polícia Civil.

De acordo com o Sipesp (Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil de São Paulo), atualmente existem 1.430 servidores trabalhando na região, o equivalente a um policial para cada 1.612 habitantes. A entidade indica que seriam necessários pelo menos um adicional de aproximadamente 40% no quadro de profissionais, para atender os 2.305.758 habitantes das 39 cidade da RMVale. “É inconcebível que uma região importante como o Vale do Paraíba, que serve de ligação entre as duas principais cidades do país, trabalhe com um efetivo reduzido”, afirmou João Batista Rebouças, presidente do Sipesp.

Das seis seccionais da região, a mais carente de efetivo é a de Jacareí, cuja área compreende ainda as cidades de Igaratá, Santa Branca e Paraibuna. “Além das aposentadorias, muitos colegas pediram transferências para outras áreas, o que acabou reduzindo consideravelmente no efetivo”, contou um investigador, que pediu para não ser identificado.

O resultado da defasagem de policiais pode ser visto nos resultados: 76% dos homicídios registrados na cidade de janeiro a julho deste ano não foram solucionados, de acordo com dados do Deinter1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior).

De acordo com George Melão, presidente do Sindpesp (Sindicato dos Delegados da Polícia Civil) o efetivo da Polícia Civil do Estado é o mesmo desde 1994. “A polícia está com o mesmo quadro desde então, enquanto, a população de cresceu cerca de 26% no período.”

Outra explicação para a queda do efetivo são os baixos salários oferecidos pela carreira. A média salarial dos investigadores no estado é de R$2.900. “O salário não atrai novos candidatos e quem tá dentro acaba prestando concurso para outras áreas do serviço público. O resultado: uma polícia velha, cansada e desmotivada”, disse Rebouças.

Além de mais concursos e melhores salários, o sindicato sugere que as seleções sejam feitas por região. “Hoje o cidadão presta concurso e não sabe em que região do Estado irá trabalhar. O ideal seria que as pessoas fossem alocadas na região em que moram.”

O Vale

Projeto na cidade para criar delegacias sustentaveis

Pelo menos seis cidades da região devem ser beneficiadas pelo Governo do Estado com a instalação de delegacias sustentáveis. O novo modelo que adota conceito ‘ecologicamente correto’ e com e projeto arquitetônico mais moderno de prédios policiais, está sendo desenvolvido com o objetivo de atender a Polícia Civil pelos próximos 50 anos.

Segundo o diretor do DAP (Departamento de Administração e Planejamento da Polícia Civil) da capital, Silvio Balangio Junior, serão criados sistemas que possibilitam a reutilização da água da chuva e a máxima utilização da energia solar para economia no consumo de energia elétrica.

O projeto prevê também a coleta seletiva de lixo e a acessibilidade aos portadores de deficiência física com a construção de rampas de acesso e elevadores. “Este novo modelo será implantado principalmente em delegacias de atendimento ao público. Além da sustentabilidade, teremos também mais conforto para a população, modernidade com instalação de terminais de auto-atendimento, entre outros benefícios”, disse.

De acordo com diretor, já estão sendo avaliadas a construção de novas delegacias, todas com este novo conceito, em diversas cidades do estado. A intenção é que as primeiras comecem a ser construídas ainda neste semestre.
Na região, os projetos avaliados são para atender Cachoeira Paulista, Jacareí, São José dos Campos, Caraguatatuba, Cruzeiro e Guaratinguetá.

“Hoje não existe um problema de defasagem de delegacias na nossa região. O que vai ocorrer com o tempo, será a aglutinação de delegacias dentro do projeto de reengenharia, que já será dentro deste novo padrão”, afirmou o delegado assistente Edilzo Lima, do Deinter 1 (Departamento de Polícia Judiciária do interior), de São José dos Campos.

Ainda de acordo com Lima, a definição das seis cidades que estão em avaliação para receber o novo conceito de delegacia foi da capital.  A mudança não deve atender a demanda imediata da região, na ampliação e reformas das delegacias atuais.

Em São José, por exemplo, o prédio do 3º Distrito com diversos problemas de infraestrutura, ainda não tem previsão de reforma. Já em Taubaté, cidade onde o envolvimento de menores com a criminalidade cresce diariamente, não existe delegacia especializada para adolescentes. Sem local adequado para que eles fiquem detidos até serem transferidos para unidades da Fundação Casa, são abrigados em uma cela improvisada no 4ª Distrito Policial.

O Vale

Recadastramento de vigilantes autônomos

A medida é uma exigência da Secretaria de Segurança Pública do Estado, já que o cadastro, que deveria ser feito anualmente, estaria desatualizado há pelo menos dois anos em São José. O sistema não engloba guardadores de carro.

Além disso, o governo cobra da Polícia Civil local o reforço na fiscalização para cumprimento da lei federal 7.102/83, que determina que os vigilantes apresentem atestado de antecedentes criminais e usem uniforme (boné, calça e camisa marrons).

O cadastro é gratuito e tem o objetivo de evitar roubos e assaltos às residências e aumentar o controle da polícia sobre os profissionais que trabalham nas ruas.

Para fazer o cadastro, os vigias terão que ir à Seccional da Polícia Civil, que fica no Jardim Satélite, e levar cópia do RG, CPF, 3 fotos 3X4, atestado de antecedentes criminais, cópia do título de eleitor e abaixo-assinado –com pelo menos 10 assinaturas– para comprovar a necessidade do serviço.

Diferente dos flanelinhas, os vigias recebem mensalmente valor pago pelos próprios moradores do bairro –que varia entre R$ 500 e R$ 700.

 

Fonte: O Vale