Na reta final da campanha, os vereadores de São José candidatos à reeleição têm sido privilegiados nos programas do horário eleitoral na TV de suas coligações. A vereadora Renata Paiva (DEM) tem 13 segundos em cada programa, contra 10 segundos que são o padrão para os demais candidatos.
Outro ‘medalhão’ da legenda que tem sido favorecido no horário eleitoral é o ex-vereador Santos Neves, que também conta com 13 segundos. Ele é apontado pela direção da legenda como um dos favoritos à Câmara. “No período eleitoral, temos comissão que avalia entrada dos candidatos no partido um ano antes e avalia atuação de cada um depois que já estão oficialmente candidatos”, disse o presidente do DEM de São José, Jorley Amaral.
Segundo ele, a tática é explorar os novatos no início e apostar nos candidatos à reeleição na reta final da campanha. Presidente do PT e candidato à reeleição, o vereador Wagner Balieiro admite que os parlamentares que disputam a reeleição têm sido destacados.
“Temos um tempo suficiente para todos os candidatos a vereador aparecerem, mas alguns nomes aparecem com maior frequência. Não tem uma regra clara. Varia ao longo do programa eleitoral”, disse Balieiro. De acordo com ele, o fato de que alguns candidatos à reeleição tenham veiculações com gravações diferenciadas – sem o cenário de fundo padrão – não interfere diretamente na questão.
“Tivemos vários modelos de gravação. Ela foi sendo diferenciada até pra não deixar o eleitor com essa mesmice. E isso foi feito independentemente do candidato em questão disputar reeleição ou não.” No PP, o presidente Alexandre da Farmácia, que disputa a reeleição na Câmara, monopoliza os programas na TV.
Os privilégios têm sido motivos de críticas dos candidatos que têm menos tempo. “Se tivesse mais tempo, seria melhor”, disse o vereador Luiz Mota (DEM). “Não avisaram que outros candidatos teriam tempo maior”, afirmou Anatole Morandini (DEM).
Para o presidente da ABCP (Associação Brasileira de Consultores Políticos), Carlos Manhanelli, o partido é uma extensão da democracia e direcionada por cada legenda. “Na campanha proporcional, quanto mais votos tem um vereador mais poder ele carrega na legenda. No Prona só aparecia o Enéias Carneiro, que era o dono do partido.”
O Vale