Mercado de trabalho indica estabilidade em São José

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Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, apontam um quadro de estabilidade no nível de emprego no mês de janeiro, apesar da variação no setor de comércio em decorrência da dispensa dos empregados contratados no final do ano passado como temporários. O setor de resultado mais positivo foi da construção civil, que criou 259 empregos postos de trabalho no período.

No quadro dos últimos 12 meses, o município confirma um comportamento de recuperação, com a criação de 1.084 postos de trabalho com carteira assinada. Esse saldo corresponde a uma variação de 0,54%, a melhor taxa desde 2012. Em doze meses, foram admitidos em São José dos Campos 104.493 empregados e 103.409 foram desligados.

No mês de janeiro, o município admitiu 8.482 trabalhadores e realizou 8.667 desligamentos, resultando em 185 postos de trabalho fechados, de acordo com o Caged. A maior parte dos desligamentos foi no comércio – 599 -, enquanto o setor de serviços contratou 255 novos trabalhadores no mês.

Segundo o secretário de Relações do Trabalho, o setor de comércio, que fechou 599 vagas e a indústria, com 130 postos fechados, foram os responsáveis pelo saldo negativo do mês. “Nos meses de novembro e dezembro sempre há um volume maior de contratação devido às comemorações do final do ano. Parte desses trabalhadores acaba sendo dispensada em janeiro, mas o quadro geral do município é de estabilidade”, disse.

Embora esses dois setores tenham apresentado saldo negativo nos postos de trabalho no mês de janeiro, eles são também os mais dinâmicos no mês de fevereiro. Em ambos, o número de vagas disponíveis está sendo constante, representando cerca de 80% das vagas ativas do Posto de Atendimento ao Trabalhador.

Mercado de Construção Civil esfria e perde ofertas

O mercado da construção civil de São José dos Campos atravessa fase de desaquecimento e as novas regras do zoneamento que devem entrar em vigor a partir de hoje pouco vão contribuir para mudar o panorama do segmento, pelo menos para os empreendimentos destinados à classe média. Essa é a avaliação de empresários do setor, que defendem a tese de que São José precisa de uma nova Lei de Zoneamento que atenda a cidade nos próximos 20 anos. De acordo com o presidente da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba), Paulo Cunha, por causa do desaquecimento do setor, o estoque de oferta de imóveis novos atende a demanda até 2014.

“Depois, haverá falta de imóveis novos, porque poucos empreendimentos foram aprovados pela nova Lei de Zoneamento”, disse. O empresário relatou que a carteira de oferta das construtoras são de empreendimentos que foram aprovados com base na Lei de Zoneamento anterior à que está em vigor e que devem terminar no primeiro semestre do próximo ano. A última pesquisa da Aconvap sobre o mercado imobiliário de São José dos Campos, de outubro do ano passado, mostra que o estoque disponível para venda era de 4.200 imóveis. Cunha afirmou que o estoque hoje é menor, mas está equilibrado por causa do momento do mercado.

A Aconvap deve divulgar em agosto nova pesquisa com análise sobre o comportamento do mercado no primeiro semestre deste ano. Para o empresário, a Lei de Adequação do zoneamento atende o segmento de imóveis populares, que vai ficar aquecido. “São José precisa de uma nova legislação que atende o crescimento da cidade”. Opinião similar tem o empresário José Antonio Marcondes César, que também defende a aprovação de uma nova Lei de Zoneamento. “Enquanto a atual lei não for mudada e não haver mudança de gabarito, o mercado da construção civil na cidade não vai se recuperar”, afirmou.

Atualmente, a norma restringe a construção de prédios com mais de 15 andares em grande parte da cidade. “As adequações ajudam a agilizar a aprovação de empreendimentos, mas não resolve todo o problema”, afirmou. Na avaliação do secretário municipal de Planejamento Urbano, Emmanuel dos Santos, as novas regras devem surtir efeitos no segundo semestre. Já com relação à revisão geral da Lei de Zoneamento, o secretário frisou que “vai demorar, mas os estudos começam este ano”.

Pacote de construção civil deve abrir mais de 5 mil vagas

Pacote de medidas para a construção civil, anunciado na última terça-feira pelo governo federal, deve gerar cerca de 5.000 empregos com carteira assinada na região. Só em São José serão mais de 2.000 empregados. A expectativa é da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba) e do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado).

Isso porque entre os benefícios está a desoneração da folha de pagamento, que permitirá a diminuição do custo de mão de obra das empresas do setor. “A redução de imposto é um estímulo para as construtoras que devem contratar mais a partir de agora, e também estimula a formalização”, afirmou o presidente da Aconvap, Cléber Córdoba.

Além da desoneração da folha, o governo vai reduzir de 6% para 4% a alíquota do RET (Regime Especial de Tributação) do segmento, e o benefício substitui, para as construtoras e prestadoras de serviços, a contribuição de 20% por uma de 2% sobre o faturamento, recolhida ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

O governo também ampliou o limite para que uma empresa seja beneficiada pelo RET social, em que a alíquota é de apenas 1%. Antes, apenas habitações até R$ 85 mil estavam nesta lista. Agora, o teto subiu para R$ 100 mil.

Para o diretor regional do SindusCon-SP, José Luiz Botelho, a medida é positiva, mas deve beneficiar as empresas que têm um número alto de empregados. “É uma lei interessante, mas precisamos estudar melhor. Afinal, o governo tirou imposto da folha, mas embutiu no faturamento”, disse.

Segundo Córdoba, a medida vai estimular empreendimentos para a baixa renda. “Um dos objetivos do governo é direcionar a construção civil para esse setor habitacional, que está carente na região”, afirmou ele. O prazo para a medida entrar em vigor é de 90 dias.

O Vale

Publicado em: 06/12/2012

Construção Civil tem mulheres como destaque

O número de mulheres que se formou nos cursos de construção civil do Programa Gerando Oportunidades (Progeo), da Prefeitura de São José dos Campos, chamou a atenção durante a cerimônia de formatura, realizada na noite de quarta-feira (19), no plenário da Câmara Municipal.  Dos 688 formandos 60 eram mulheres.

O grupo de alunos recebeu o certificado de conclusão de curso nas áreas de armador de ferros, carpinteiro de estrutura de telhado, desenhista copista de edificações, instalador hidráulico, pedreiro assentador, pedreiro revestidor, pintor de obras e eletricista instalador residencial.

A construção civil, que geralmente requer esforço físico elevado e por isso é considerada uma área predominantemente masculina, tem atraído o sexo feminino. A ajudante Rosilene dos Santos, de 37 anos, trabalha em uma construtora há 11 anos. Começou como faxineira da empresa e posteriormente passou a limpar os apartamentos prontos para entrega. Foi quando seu chefe a chamou para fazer um teste de rejunte. Deu certo e hoje este é o trabalho dela.

“Para melhorar meu currículo fiz o curso de pedreiro revestidor, que gostei muito. Quero agora fazer outros cursos na área para ter a oportunidade de crescer profissionalmente”, disse Rosilene.

Opinião compartilhada pela oradora da turma, Adriana Gonçalves Moraes, que também se formou em pedreiro revestidor. Ela é polivante já que trabalha com decoração, culinária, fez a instalação elétrica da própria casa e o próximo passo é fazer um curso na área de telecomunicações.

A curiosidade levou a dona de casa Maria de Fátima dos Santos, 54 anos, a fazer o curso de pintor de obras. “Queria saber como era essa área e gostei. Vou correr atrás de um emprego.” Ela ainda brinca: “Se pintar, eu encaro”, referindo-se a uma oportunidade de trabalho na área.

Mas os homens também marcaram presença. O gesseiro Ricardo Fernandes Rocha, 25 anos, tem projetos futuros. “Eu optei por elétrica residencial porque vai agregar ao que faço hoje”. Já o inspetor de qualidade Bruno Eduardo dos Reis, 28 anos, não pretende mudar de área, mas fez o curso de pedreiro assentador porque gosta da profissão. “Já trabalhei como ajudante geral. Fiz mais por realização pessoal, vou trabalhar para mim.”

Prefeitura Municipal