Acesso da classe média a ‘Minha Casa’ aumenta no Vale

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem o aumento do teto de financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida nos 39 municípios da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a RMVale. O novo limite foi unificado em R$ 170 mil para todas as cidades da região e representa um aumento de até 112% no valor negociado nas cidades pequenas. Antes, esse teto variava entre R$ 80 mil e R$ 130 mil.

Com a mudança, válida a partir de hoje, o número de empreendimentos para a classe média deve triplicar em 2012, com a estimativa de lançamento de 15 mil unidades para a população com renda entre R$ 1.600 e R$ 5.000, estima a Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba).

Em 2011, quando a renda familiar máxima liberada para o programa era de R$ 3.900, o banco contratou 5.096 moradias. Com a RMVale, o limite para se enquadrar no financiamento passa para R$ 5.000. Desde o início do ano passado, todas as regiões metropolitanas do país contam com parâmetros diferenciados para financiamentos do Minha Casa, Minha Vida. A RMVale foi criada pelo governo do Estado em janeiro deste ano.

Segundo o superintendente regional da Caixa, Júlio Cesar Volpp Sierra, todas as cidades da RMVale passam a ter o mesmo parâmetro de crédito no programa. “Para compra de imóvel usado ou na planta, o teto de financiamento passa a ser o mesmo em todas as cidades. Antes, o valor variava de acordo com a cidade. A unificação será boa para a população e para os empreendedores”, disse.

Antes da RMVale, as cidades com mais de 250 mil habitantes São José e Taubaté tinham um limite de R$ 130 mil para financiamento. O novo teto garante aumento de 30,7%. Nas cidades com até 250 mil moradores, onde o teto era de R$ 100 mil, o aumento foi de 70%. E nas pequenas cidades, com até 50 mil moradores, o aumento foi de 112%.

Para Sierra, a ampliação no valor do imóvel irá facilitar o acesso de famílias ao crédito imobiliário. “A ampliação da renda familiar vai oferecer taxas de juros mais populares para quem ganha até R$ 5.000 beneficiando a classe média.” Em 2011, a Caixa contratou R$ 1,3 bilhão em financiamentos imobiliários no Vale.

Mercado. O presidente da Aconvap, Cleber Córdoba, estima que o aumento no teto de financiamento pode triplicar o número de construções para a classe média. Faixa de renda que concentra 70% dos negócios na região. “Com um teto de R$ 170 mil, acreditamos que o número de unidades possa triplicar nos próximos três anos. Nas cidades pequenas, onde o valor era R$ 80 mil, agora será possível viabilizar moradias.”

Segundo ele, o baixo valor de financiamento era um complicador na produção de moradias. “Existia a dificuldade na aquisição de terrenos.” Córdoba estima que em 90 dias novos projetos já estejam sob a análise do banco. Segundo ele, a estimativa é que a região tenha um déficit de 50 mil moradias o que poderá ser reduzido com o novo pacote de financiamento.

Em cidades como São José e Taubaté, por exemplo, a diferença de R$ 40 mil no valor do teto poderá gerar benefícios como a ampliação no tamanho da área construída, melhor localização e acabamento.

O Vale