Contratos de locação sub judice ameaçam o arrendamento do complexo do Tea-trão pelo São José Esporte Clube a um grupo de empresários da capital. A Águia do Vale planeja ceder os 64 mil metros quadrados de área do poliesportivo para uso comercial por um período de 30 anos, em troca de um investimento de R$ 7 milhões na reforma do espaço e de um aluguel de R$ 30 mil por mês.
Mas, para efetivar o negócio, o clube terá de romper contratos antigos com a danceteria Casa Blanca e o posto de gasolina Asa de Águia, que alugam duas áreas do Teatrão há mais de dez anos e não pretendem encerrar suas atividades. O proprietário do Casa Blanca chegou a acionar a Justiça para renovar a locação. Os donos do posto devem tomar a mesma medida ao término do contrato.
Atualmente, os dois contratos rendem, juntos, apenas R$ 3.500 por mês ao São José. O clube também aluga um espaço para a academia Fórmula, no valor de R$ 550 por mês, e outro para a equipe de rúgbi do São José, no valor de R$ 4.000.
O Teatrão foi construído pela prefeitura e doado ao São José em 1981. Segundo o gerente administrativo do complexo, Baimu Lopes, os contratos estão defasados. “O valor é baixo demais, por isso eles buscam a renovatória do contrato na Justiça”, disse. Segundo ele, o contrato com a Casa Blanca prevê um repasse mensal de R$ 1.500 por mês. A nova proposta feita pelo grupo seria de R$ 1.600.
O posto de gasolina repassaria R$ 2.000 por mês ao clube. O São José move desde 2009 uma ação de despejo contra o posto Asa de Águia. A área de 1.200 metros onde funciona o posto é sublocada pelo empresário Marcos Tidemann Duarte à empresária Angela Paiva, irmã da vereadora Renata Paiva (DEM), desde 2003.
Angela apresentou comprovantes de pagamento do aluguel no valor de R$ 6.648, mas somente R$ 2.000 seriam repassados ao clube. “Existe um terceiro na negociação. O valor pago por nós é muito maior que o repassado ao clube. Pretendemos fazer uma nova proposta ao São José com valores de mercado, e sem intermediários”, disse.
Pelos menos dois processos são movidos pela Prefeitura de São José contra o clube. Um deles, referente ao pagamento de IPTU de 2004 e 2005, já foi negociado. O outro é a aplicação de multa pela sujeira da piscinas.
A diretoria do São José não teme a avalanche de processos. Segundo o diretor jurídico do clube, Guilherme Beline, o grupo trabalha para reduzir o passivo de débitos do clube e para buscar os devedores do São José.
O Vale