Trânsito na cidade será um desafio para o novo Prefeito

São José tem uma malha viária (conjunto de ruas e avenidas) de 1.800 quilômetros o suficiente para ir de São José a Salvador. São José tem 56 quilômetros de ciclovias pouco mais da metade do caminho entre a cidade e Caraguatatuba. O espaço destinado para as bicicletas, normalmente contíguo às ruas, representa 3% de toda a malha viária e suas 7.449 ruas em São José.

O engenheiro mecânico Luiz Ishii, 47 anos, traduz os números: “É bastante complicado andar de bicicleta em São José.” Ele explica: “Quando a gente está na ciclovia, é uma beleza. Mas não existe continuidade entre elas. Todo cruzamento é muito complicado, já que as bicicletas nunca têm prioridade”, afirmou.

O engenheiro, que começou a andar de bicicleta há três anos e sempre quando possível deixa o carro na garagem para pedalar, mesmo que seja para ir trabalhar, aponta outro problema. “Se você quer ir da zona sul para o centro, por exemplo, não existe ciclovia. Você tem que dividir espaço com os carros na Dutra ou no Anel Viário. Quem sai perdendo é o ciclista.”

Só no primeiro trimestre deste ano, foram 49 acidentes envolvendo ciclistas em São José. Com 630 mil habitantes, São José também tem aproximadamente 350 mil veículos em circulação, entre carros, motos e caminhões. Os números retratam a opção do joseense pelo transporte individual no veículo automotor: dos mais de 1,2 milhão de deslocamento diários feitos na cidade, 49% são realizados por carros. Nesse universo, o transporte coletivo é a opção em 25% dos deslocamentos, enquanto 22% são feitos a pé.

O índice de uso do transporte coletivo em São José fica abaixo do registrado em capitais, em que até 65% da população opta pelo modelo para deslocar, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgado no ano passado.

Para os candidatos à prefeitura, não há outra alternativa senão investir maciçamente no transporte coletivo público. Pelo menos em suas propostas, é essa a promessa. Todos também afirmam que investirão em ciclovias. Enquanto isso, entre os usuários do transporte coletivo sobram reclamações. “O grande problema é o que o ônibus está sempre cheio. Quase sempre tenho que ir em pé, seja para ir ao centro ou voltar”, afirmou a dona de casa Virgínia Gonçalves, 50 anos.

O percurso entre sua casa, no Campos São José (zona leste) e o centro costuma durar 40 minutos. “Problema não é preço nem integração, que às vezes não funciona. O problema principal é que ficamos muito tempo no ponto. Os horários são muito espaçados”, disse a dona de casa Andréia Marcia Gonçalves dos Santos, 43 anos, moradora do Monterrey, na zona leste.

Atualmente, São José conta com 382 ônibus. Os veículos não contam com faixas exclusivas a promessa é de que a primeira seja entregue ainda este ano. A velocidade média do sistema de transporte público é de 25,5

O Vale