Segundo Pesquisa, Cesta Básica sobe mais que inflação

Os consumidores do Vale do Paraíba gastaram mais dinheiro no ano passado do que em 2011 para encher o mesmo carrinho de compras nos supermercados. O preço da cesta básica na região fechou 2012 com alta de 8,74% na comparação com o ano anterior.

O índice ficou bem acima da inflação no período, de 5,84%, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Contribuiu para a alta dos produtos a subida de 1,02% no valor da cesta regional em dezembro, na comparação com novembro, que havia registrado queda de -0,32% ante outubro.

A pesquisa foi feita pelo Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais), órgão da Unitau (Universidade de Taubaté) e que faz o levantamento da cesta desde 1996. O índice de aumento da cesta básica em 2012 foi o sexto mais caro do histórico do Nupes, perdendo para os anos de 2010 (11,28%), 2007 (17,52%), 2004 (10,35%), 2002 (23,35%) e 1999 (13,94%).

Segundo o economista Luiz Carlos Laureano, pesquisador do Nupes, os alimentos têm peso de 88,21% no valor total da cesta básica regional, para uma família de cinco pessoas. “Muitos fatores influenciam na subida do preço dos alimentos. Um dos mais importantes é o clima. Se chove muito ou há uma grande estiagem, os preços oscilam no mercado e normalmente para cima”, afirmou Laureano.

Além do clima, impactos nas safras e na economia internacionais, realinhamento de preços e posição do mercado nacional modificam o valor dos alimentos no país. Foi o que ocorreu com os itens que mais subiram de preço entre dezembro de 2011 e o mesmo mês no ano passado.

Os ‘vilões’ da cesta básica na região foram batata (59,15%), alho (46,21%), feijão carioquinha (42,69%), cebola (38,71%) e tomate (37,30%). No outro lado da tabela, no mesmo período, os alimentos que mais baratearam foram laranja pera (-27,45%), cenoura (-9,29%) e as carnes, como acém (-7,42%), patinho (-6,97%) e contrafilé (-6,9%).

Para Laureano, o aumento de 8,74% no valor da cesta básica regional foi pior para os trabalhadores que não conseguiram reajuste acima da inflação. “Eles vão ter que gastar mais do seu poder de compra para encher o carrinho com os mesmos produtos”, disse.

Quem recebe salário mínimo, completou o economista, conseguiu um reajuste maior, de 14,13%, e manteve o seu poder de compra. Nos supermercados, contudo, os assalariados não ficaram nada satisfeitos com a alta dos preços. “Todo aumento nos alimentos é muito ruim. Não consigo comprar a mesma quantidade do mês anterior e corto os gastos”, disse a dona de casa Beatriz Mariana Couto, 64 anos.

O Vale

Publicado em: 11/01/2013