Mudanças previstas para novas licitações e frotas de ônibus

A criação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, prevista para ocorrer ainda este mês, vai gerar mudanças imediatas no sistema de transporte intermunicipal da região, que é utilizado diariamente por cerca de 500 mil usuários.

Além da abertura de novas licitações, renovação da frota e construção de corredores exclusivos, está prevista realização de uma pesquisa de origem e destino para coletar dados e informações sobre os deslocamentos dos moradores da RMVale.

A remodelação do sistema será feita pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). “Teremos um planejamento de rede voltado às adequações de oferta de viagens e à demanda existente, racionalizações e integrações físicas e tarifárias entre linhas que objetivam melhoria na acessibilidade e mobilidade do usuário do transporte metropolitano”, disse o diretor de gestão operacional da EMTU, Evandro Losacco.

O primeiro passo será a realização de uma pesquisa origem e destino para identificar as principais viagens diárias das pessoas, o motivo das mesmas e o modo de transporte utilizado. Para Losacco, será um instrumento vital para o planejamento de transporte.

“A pesquisa nos fornecerá dados para conhecer os deslocamentos da população dentro de um aglomeração, incluindo sua a situação socioeconômica.”

Segundo Losacco, da interação dessas informações será definido o novo padrão de viagens da RMVale. Será definido pela distribuição dos deslocamentos segundo as origens, os destinos, os modos de transporte utilizados, os motivos e os horários da realização.

“Essas viagens, quando mapeadas, produzem uma fotografia dos fluxos nas cidades. A comparação desses fluxos com a rede de linhas de transporte e a rede de vias existentes permite identificar as carências no atendimento da demanda de transporte e, portanto, fundamentar as propostas para a ampliação.”

A população do Vale poderá participar desse debate por meio de audiências públicas. O novo modelo de gestão do sistema de transporte coletivo passará a obedecer ao mesmo padrão já adotado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Baixada Santista e Campinas.

Entre as mudanças previstas estão a bilhetagem eletrônica, padronização visual dos ônibus e o monitoramento da frota através do GPS, que irá permitir o acompanhamento em tempo real da operação para eventuais ajustes de tabelas de horários e itinerários. Losacco afirmou ainda que ações de planejamento macro, como a construção de corredores, terminais e polos metropolitanos, dependem de análises detalhadas, execução de projetos de viabilidade e dotação orçamentária.

Transição. A EMTU já se prepara para a transição de gestão do sistema que hoje é feita pela Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo). De acordo com a empresa, um estudo sobre a atual rede de transporte coletivo já foi iniciado.

Durante o processo de transição, todo o atual sistema, suas linhas e respectivos operadores serão incorporados para que não haja descontinuidade na prestação do serviço. Para o professor da área de transportes da Unicamp, Carlos Guimarães, a metropolização é benéfica aos usuários e pode levar um período de até dois anos para se consolidar.

O Vale