Ministério do Trabalho pede treguá para a GM da cidade

O ministro do Trabalho, Brizola Neto, acredita que é precipitado suspender o contrato de trabalho dos empregados ameaçados de demissão na General Motors de São José dos Campos. “Há uma negociação em curso marcada para o próximo sábado. É importante manter o diálogo social aberto com sindicato e empresa”, disse ontem o ministro.

Na semana passada, representantes do MPT (Ministério Público do Trabalho) e da direção da empresa se reuniram com sindicalistas para estudar a adoção de ‘layoff’ suspensão dos contratos por até cinco meses como alternativa às 1.500 demissões que a GM pretende fazer na unidade. O temor sobre as dispensas cresceu na última semana depois que a empresa anunciou o fim da produção do Corsa na unidade, o terceiro modelo a ser desativado em menos de um mês.

O desgaste na relação entre o sindicato e a direção da empresa, que se estende há anos, aumentou e forçou o fechamento da fábrica por um dia. Após encontro mediado por representante da pasta, a decisão sobre o futuro da linha de produção e dos empregos foi prorrogada para este sábado. Até a data, os empregos na unidade estão garantidos.

Brizola Neto disse que o caso da GM não reflete a situação do setor automotivo. “Estive agora com o ministro Mantega (Guido, da Economia) e o setor gerou vagas. A situação da GM é pontual.” O ministro ressaltou que as demissões em São José ainda não foram efetuadas. “A GM está instalando nova fábrica com novos produtos, ao mesmo tempo em que realoca pessoal em outras unidades.”

A empresa sustenta que o fechamento dos postos em São José dos Campos seria compensado por contratações em outras regiões. Ao ser questionado sobre a posição da presidente Dilma, que chegou a ameaçar suspensão do benefício fiscal concedido para as montadoras, o ministro disse que é importante manter o emprego no setor. “O governo faz a desoneração fiscal justamente porque está preocupado com a manutenção de emprego.”

À declaração da presidente seguiu o acirramento nas negociações entre as partes na última semana. A ameaça de demissão na unidade não agradou o governo, que exigiu das montadoras compromisso para não fechar os postos quando reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os veículos. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) reúne-se amanhã com Ministério da Fazenda para discutir assunto.

O Vale