As imobiliárias de São José dos Campos têm 4.100 imóveis vagos e disponíveis para locação, o maior volume de ofertas desde 2005. Apesar disso, o valor do aluguel aumentou 10% em São José nos últimos 12 meses em razão da queda no número de empreendimentos lançados no mercado. A subida dos preços superou a inflação do período, de 6,09%, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Essas são conclusões da Asseivap (Associação das Empresas Imobiliárias do Vale do Paraíba e Litoral Norte), que divulgou ontem a 21ª edição da pesquisa do mercado imobiliário que a entidade faz desde 1993.
Segundo os diretores da associação, os dados mostram que as restrições impostas pela Lei de Zoneamento de 2010, que sofreu modificações pontuais neste ano, refletiram negativamente no mercado imobiliário. O primeiro reflexo foi na redução da oferta de novos empreendimentos. A cidade vai fechar 2013, segundo a Asseivap, com estoque de 500 imóveis novos para venda. “É pouco para quem precisa atender a demanda e se desenvolver”, disse Marcos Aurélio Peneluppi, presidente da Asseivap. A segunda consequência foi o aumento do preço do aluguel dos imóveis, o que também causou retração do mercado e a oferta recorde de 4.100 imóveis vagos.
Em 21 anos de pesquisa, o total de casas e apartamentos vagos neste ano só perde para o índice de 2005, quando havia 4.200 imóveis disponíveis. Na comparação com 2012, o número de imóveis vagos neste ano cresceu 10,81% 3.700 para 4.100 ofertas. Segundo Marco Antonio Vasconcelos, vice-presidente da Asseivap, o mercado imobiliário já está com tendência de queda nos preços cobrados pelas locações. Essa acomodação visa enfrentar a baixa produtividade das construtoras, que também reclamam das restrições da Lei de Zoneamento. Tanto que o prefeito Carlinhos Almeida (PT) prometeu começar, ainda neste ano, as discussões para uma revisão completa da norma. “São José ainda está travada. Precisamos deslanchar a cidade”, afirmou Vasconcelos.
Por outro lado, segundo a Asseivap, o número recorde de imóveis vagos também revela um outro lado do mercado, o do crescimento da oferta de crédito imobiliário. Nos últimos oito anos, ressaltou Vasconcelos, a entrada de dinheiro via crédito imobiliário impulsionou a venda de imóveis novos, abrindo espaço no setor de locação. “Muita gente casou e, ao invés de alugar, foi direto para o financiamento da casa, que ficou mais fácil.” As regiões central, oeste e sul estão entre as mais procuradas de São José para a locação de imóveis, segundo a pesquisa da Asseivap. Quem procura apartamento para alugar nos bairros Vila Adyana e Vila Ema, por exemplo, representa 27,5% do total de pesquisa pelo imóvel. Na segunda colocação, com 18%, aparece o Jardim Aquarius.
Os lugares com menor interesse em apartamentos são Vila Industrial e Vista Verde. Para casas, os mais procurados são Bela Vista e Vila Maria (23%), na região central, e Jardim Satélite (19%), na zona sul. Na ponta debaixo da tabela, as casas menos procuradas estão na Vista Verde e imediações, na região leste. Marco Antonio Vasconcelos, vice-presidente da Asseivap, disse que os locatários estão cada vez mais minuciosos na hora de fechar o contrato de um imóvel. A variação de preços na cidade é um dos fatores. O aluguel de uma mesma casa de dois dormitórios custa R$ 1.500 no centro e R$ 650, na zona leste. Uma casa de quatro dormitórios varia de R$ 5.000 (oeste) e R$ 1.600 (central). A pesquisa da Asseivap mostrou que apartamentos de dois dormitórios são os mais procurados para locação em São José. Com essa configuração, os imóveis representam 41,55% da oferta de apartamentos. Com as casas, a procura é maior para as de três dormitórios, que ficaram com 39,66% das ofertas. As casas de dois quartos foram 27,79%.