A FAB (Força Aérea Brasileira) estuda integrar a aeronave Super Tucano, produzida pela Embraer, de São José dos Campos, à frota da Esquadrilha da Fumaça, hoje formada pelo caça Tucano, que desde 1983 é utilizada pelo esquadrão de demonstração aérea da FAB.
Em maio, a Esquadrilha completa 60 anos e a expectativa é que, durante a festa, a ser realizada em Pirassununga nos dias 12 e 13 de maio, o anúncio da renovação da frota possa ser feito. A FAB nega e salienta que não há prazo para a substituição da frota. Por meio de sua assessoria, a Força Aérea informou que a entrada do Super Tucano nas apresentações da Esquadrilha da Fumaça depende de um estudo que vem sendo feito e sem previsão para ficar pronto.
No final de janeiro, um grupo de pilotos e mecânicos da Esquadrilha participou de um treinamento de quatro semanas sobre o funcionamento do Super Tucano no Esquadrão Joker, em Natal (RN), responsável pela formação dos pilotos de caça da FAB. A intenção do encontro foi avaliar as especificações de cada aeronave para garantir a manutenção da realização das manobras já feitas pelo esquadrão.
Apesar de semelhanças do projeto de desenvolvimento, as duas aeronaves apresentam diferenças consideráveis de performance. A potência do Super Tucano, por exemplo, é de 1.600 shp (cavalos de potência para aviões), contra 750shp do Tucano. O peso máximo do Super Tucano é de 5.400 kg, ante 3.175kg do Tucano (os números são de especificações das aeronaves).
Ao longo dos anos, a Esquadrilha da Fumaça realizou mais de 3.500 apresentações dentro e fora do Brasil. Para manter a rotina média de 100 demonstrações por ano, o Tucano já passou por diversas modernizações. Aeronaves menos usadas pela FAB também são enviadas à base do esquadrão, em Pirassununga, e passam por processo de revitalização nos equipamentos de voo.
Para o engenheiro aeronáutico e coordenador do Cedaer (Comissão Empresarial para o Desenvolvimento Aeroespacial de São José dos Campos) Lauro Ney Batista, a substituição das aeronaves não impactaria as acrobacias realizadas pela Esquadrilha.
“Vai ser uma boa (troca), o Super Tucano é muito mais reforçado. Pode ser que se perca um pouco na manobrabilidade, mas nada que interfira na apresentação, pelo contrário, eles podem desenvolver novas manobras”, disse Batista.
Ele salienta que a mudança também aumenta a segurança dos pilotos. “O Tucano é um avião antigo, passou, se não me engano, pela terceira revitalização. Depois de alguns acidentes, um, inclusive, em Santos, quando uma asa se soltou e atingiu uma pessoa na praia, seria uma boa trocar pelo Super Tucano”, afirmou Batista.
O Vale