Embraer planeja novo projeto que irá beneficiar empresas

Em oito anos, a Embraer, de São José, pretende elevar a participação do seu segmento de Defesa e Segurança na receita da empresa dos atuais 15% para até 25% com o desenvolvimento de novos projetos, entre eles, o cargueiro KC-390, o satélite geoestacionário e o F-X2. Cerca de 120 empresas da região, potenciais fornecedores desses projetos da Embraer, estão de olho nesse crescimento, aponta o Cecompi (Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista).

“Até então, tínhamos um produto: os aviões da Embraer. Isso (novos projetos) aumenta a expectativa das empresas da cadeia produtiva. Fazia muito tempo que não havia ao mesmo tempo tanto produto”, afirmou o secretário-executivo do Cecompi, Agliberto Chagas.

O KC-390, cargueiro militar que vem sendo desenvolvido pela Embraer, corresponde à maior parte da carteira de pedidos do segmento de Defesa e Segurança da empresa para 2012. Do total estimado de US$ 3,4 bilhões da carteira, US$ 2 bilhões são referentes ao cargueiro.

Para este ano, a expectativa é que haja a definição do preço do KC-390, o que deve dinamizar o processo de encomendas pelo produto. A reta final do desenvolvimento do cargueiro anima a cadeia de fornecedores do setor aeronáutico. Sem contar os motores, cuja fabricação inexiste no Brasil, o índice de nacionalização do cargueiro é de 80%.

“Você tem um portfólio na área de defesa em que estão previstos R$ 100 bilhões de investimento com a modernização das três Forças (Militares). A Embraer é uma das principais players desse setor, com condições de abocanhar boa parte desse montante. Se isso acontecer, seus fornecedores também irão se beneficiar”, disse Chagas.

Os primeiros testes em voo do KC-390 estão previstos para 2014 e o início das entregas para 2016. Até agora, o cargueiro possui 60 intenções de compras de governos estrangeiros. Outro projeto em que a Embraer aposta é o satélite geoestacionário, desenvolvido em parceria com a Telebras, que deve gerar negócios na ordem de R$ 700 milhões.

A criação da joint-venture entre as duas empresas passa por processo final de avaliação pelo conselho da Embraer e uma definição pode ser anunciada nas próximas semanas. Pelo memorando de entendimento assinado no final do ano passado, a empresa de São José teria 51% de participação na joint-venture, contra 49% da Telebras.

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) participará do projeto fornecendo as especificações do satélite. A sede da joint-venture será no Parque Tecnológico. A carteira de pedidos da Embraer e Segurança para este ano ainda conta com US$ 1,1 bilhão destinado a programas de modernização de equipamentos da Força Aérea Brasileira e da Marinha.

O Vale