Após se reunir com representante da direção da General Motors, o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), admitiu ontem a possibilidade de demissão em massa na planta da montadora na cidade. “Estou muito preocupado e temo pela possibilidade real de demissão na fábrica de São José. A GM não deu nenhuma garantia de preservação dos empregos na linha de produção do MVA”, afirmou o prefeito ontem à tarde em entrevista a O VALE.
Cury relatou que o desfecho sobre o futuro dos trabalhadores dessa linha depende das negociações da empresa com o Sindicato dos Metalúrgicos e do mercado consumidor. Ele se reuniu segunda-feira com o diretor de Assuntos Institucionais da montadora, Luiz Moan, para tratar da situação dos cerca de 1.500 trabalhadores da linha de produção do MVA, onde são montados os modelos Corsa e Meriva.
Na semana passada, a montadora suspendeu a fabricação da minivan Zafira, montada nessa linha. Cury disse que se colocou à disposição da GM e informou que “o município está disposto a fazer o que estiver ao seu alcance, como concessão de benefícios fiscais, para encontrar uma solução que preserve os empregos”.
Segundo o prefeito, a GM informou que a questão reside na “postura do sindicato de não negociar acordos trabalhistas”. “Em 2008 e 2009, eu alertei para a postura radical do sindicato em não negociar com a GM e sobre a ameaça futura dos empregos na montadora, que agora é real”, disse o prefeito.
Para o prefeito, o momento não seria para posicionamentos radicais, como a “realização de greves”, mas de buscar soluções negociadas. “Acho que é hora de o sindicato procurar a empresa e negociar acordos duradouros, de cinco a sete anos, para que a empresa volte a investir em São José. Sem investimentos e novos produtos, temo pelos empregos futuros da empresa”, disse.
A GM e o sindicato vão se reunir novamente entre os dias 20 e 25 deste mês, com a intermediação do Ministério do Trabalho e Emprego, em São José dos Campos. O primeiro encontro entre as partes aconteceu na semana passada, em São Paulo, mas não houve acordo.
O secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, o ‘Mancha’, afirmou que a avaliação do prefeito sobre a postura da entidade não “corresponde à realidade”. “Nós sempre conversamos e estamos conversando com a GM.”
Ele frisou que o sindicato tem feito propostas para a GM voltar a investir na planta de São José. Prates declarou que a prefeitura deve participar das negociações com a GM na busca de uma solução que preserve os empregos na planta.
O Vale