São Paulo terá mais 7.000 policiais nas ruas até o final do ano e o Vale do Paraíba terá prioridade no recebimento deste efetivo. A decisão da SSP (Secretaria da Segurança Pública) foi divulgada anteontem, cinco dias depois de os jornais O VALE e ‘BOM DIA’ lançarem a campanha ‘O Vale pela Paz’, que teve adesão de diversos representantes da sociedade civil organizada.
No mesmo dia, dados da própria SSP mostraram que a região continua como a mais violenta do interior do Estado, com 146 pessoas assassinadas até abril. O anúncio mostra uma mudança de postura do governo, que antes negava que houvesse déficit de policiais militares na RMVale e considerava os índices criminais para a região ‘normais’.
Os 7.000 policiais atuam em funções administrativas e passarão por um treinamento até o final do ano para reforçar o patrulhamento preventivo. De acordo com o comando da Polícia Militar no Estado, o local de atuação destes policiais será definido até o final do mês de julho.
A estratégia faz parte da ‘administração enxuta’, um modelo de policiamento criado no Vale no ano passado e que será adotado em todo o Estado. O deputado padre Afonso Lobato considera que a medida é acertada, pois policiais são mal utilizados em setores administrativos.
“Se existe efetivo, tem de ser utilizado da melhor forma possível. A região precisa de mais policiais. Se você tem 7.000 parados, tem de colocá-los nas ruas.” Na semana passada, padre Afonso e os deputados Hélio Nishimoto (PSDB) e Marco Aurélio de Souza(PT) se reuniram com o secretário de Estado de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, com o comandante da PM, Roberval Ferreira França, e com o delegado-geral de Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima.
Na reunião, eles apresentaram as oito reivindicações que a campanha ‘O Vale pela Paz’ faz ao governo. O reforço do efetivo policial é uma das principais. “O governo agiu rápido. Tivemos a reunião, eles analisaram e perceberam que necessitamos de reforço”, afirmou padre Afonso.
Opinião. Alexandre de Oliveira Campos, presidente da comissão de Segurança Pública da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), diz que o reforço é apenas o ‘primeiro passo’. “O Estado não pode esquecer da Polícia Civil. O efetivo é baixíssimo e as condições de trabalho são mínimas. É necessário abrir mais concursos para escrivães, investigadores e delegados”, afirma.
O Vale