Após ‘amargar’ queda em seus lucros em 2011, a Embraer, de São José, aposta na melhoria da economia de países afetados pela crise, principalmente Estados Unidos e parte da Europa, para se recuperar neste ano. Estimativa da empresa é que o mercado cresça em média 5,2%. De olho nisso, a Embraer planeja aumentar a atuação no segmento de aviação comercial, seu maior gerador de receita.
Apesar de sofrer os efeitos da recessão na economia mundial, a aviação comercial aumentou em 2011 sua participação na receita da empresa, de 61% para 64%. O cenário estaria apresentando “os primeiros sinais positivos”, como afirmou ontem o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Embraer, Paulo Penido.
O executivo participou de teleconferência com jornalistas para falar do balanço financeiro da empresa, divulgado anteontem. O documento mostra que a fabricante registrou queda de 73% no lucro líquido de 2011 ante o ano anterior.
“Estamos cautelosamente otimistas. Observamos os primeiro sinais positivos (nos países afetados pela crise). Na Europa, a situação não está piorando mais”, disse Penido. O executivo afirmou que a recuperação da economia desses países é fundamental para a retomada dos negócios da Embraer, beneficiada com um processo de renovação da frota das companhias aéreas.
“(O mercado de) aviação está relacionado com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Todos sabemos da necessidade de renovação da frota e isso tem gerado demanda por aeronaves.” No segmento de jatos de 60 a 120 assentos, a Embraer é líder, com 45% de participação. Na China, um dos mercados que mais cresce no mundo, esse número chega a 70%.
No ano passado, a venda de E-Jets (família de aeronaves comerciais) cresceu 30% em relação a 2010. Em 2011, seis novos clientes iniciaram operação com os modelos. O campeão de vendas é o E-190, que registrou 68 entregas em 2011, ante 58 de 2010.
Queda. Já a aviação executiva amargou queda de 8% em suas entregas em relação a 2010. A companhia credita o resultado aos reflexos da crise, que atingem o segmento de forma mais forte que outros setores, além da concorrência com jatos usados com preços menores. Na teleconferência, Penido também abordou os feitos do setor de defesa, como o ‘amadurecimento’ do projeto do cargueiro KC-390 e a aquisição de empresas como a Atech e a Orbisat.
O Vale