Entre reformas e construções, pelos menos nove obras do governo de Eduardo Cury (PSDB) sofrem com paralisações ou atrasos em São José. Juntas, elas somam mais de R$ 130 milhões em investimentos públicos. A gestão de obras é um dos principais gargalos do atual governo tucano. No começo do ano passado, por exemplo, eram pelo menos 20 obras que enfrentavam atrasos, todas com custos superiores a R$ 1 milhão.
Desde então, o governo passou a apostar num “choque de gestão”, termo criado a partir da troca de comando na Secretaria de Obras. À época, a engenheira civil Flávia Pitombo assumiu a pasta, prometendo implantar mecanismos de qualidade do setor privado para acabar com problemas na execução de obras públicas.
Entretanto, mesmo em obras novas e estratégicas do governo, como a construção do novo Centro de Referência da Juventude, obra avaliada em R$ 14,1 milhões em construção desde junho na zona sul da cidade, atrasos já são acumulados.
Nos três primeiros meses de serviço, conforme cronograma enviado pela empresa responsável pelo Centro, a Tecsul Engenharia, apenas 27% do previsto foi efetuado. Ou seja, em três meses de obra já se acumula atraso de mais de 70%. O governo promete entregar a obra até junho de 2012.
“Isto mostra falta de fiscalização e projetos executivos ruins. A partir desses atrasos, vamos ver lá na frente aditamentos de valores e abandonos. Estamos falando de dinheiro público” afirmou o vereador oposicionista Wagner Balieiro (PT). Assim como o Centro de Juventude, outra obra nova do governo que já enfrenta atrasos é a Arena Municipal de Esportes, uma das vitrines do governo Cury que está sendo construída na zona oeste da cidade.
Iniciada em agosto último, apenas 4,9% do cronograma previsto da obra até agora foi cumprido. O cálculo é feito com base no Portal da Transparência do governo municipal. Até o começo deste mês, a prefeitura pagou à Recoma, empresa responsável pela obra, R$ 303,3 mil, enquanto a previsão era que a Recoma já tivesse executado R$ 6,1 milhões do total dos serviços.
O governo tucano promete entregar a arena até agosto do ano que vem. Além das duas obras, outras promessas de campanhas de Cury, com valores acima dos R$ 20 milhões, também apresentam problemas.
O caso mais emblemático é o do novo Teatro Municipal, na zona norte, obra de R$ 22,9 milhões iniciada em 2007 e que está abandonada desde maio de 2008. O teatro começou a ser construído com suas fundações invertidas e o erro é alvo de processo judicial.
Na lista das obras mais caras também aparece o novo Fórum (R$ 27,3 milhões), na zona oeste de São José, que depois de quatro promessas de entrega e seis anos de obra foi programado para ser inaugurado no começo deste mês, mas até agora as obras não foram concluídas.
Também prometido para o começo deste mês, o Cefe (Centro de Formação Educacional), na zona norte, não foi entregue. A um custo de R$ 25,7 milhões, o Cefe fora prometido para maio deste ano, prazo posteriormente estendido para 5 de novembro, prazo que não foi cumprido.
Completam a lista a ampliação do Hospital de Clínicas Norte (R$ 3,9 milhões), com mais de dois anos de atraso, a construção de um ginásio Poliesportivo na zona leste, obra que começou e deveria ter sido entregue em 2008, e reformas em uma escola e em um posto de saúde.
AS OBRAS COM PROBLEMAS
Arena de Esportes
Valor: R$ 33,3 milhões
Situação: em obra
Fórum
Valor: R$ 27,3 milhões
Situação: em obra
CeFe
Valor: R$ 25,7 milhões
Situação: em obra
Novo Teatro
Valor: R$ 22,9 milhões
Situação: obra paralisada
Centro da Juventude
Valor: R$ 14,1 milhões
Situação: em obra
Hospital Clínicas Norte
Valor: R$ 3,9 milhões
Situação: em obra
Poliesportivo de Eugênio de Melo
Valor: R$ 1,8 milhão
Situação: em obra
E.E. Juvenal Machado
Valor: R$ 1,4 milhão
Situação: em obra
UBS Interlagos
Valor: R$ 310,8 mil
Situação: em obra
O Vale