Cidade conta com voluntários na Defesa Civil

Encarar uma dupla jornada de trabalho por prazer é para poucos. Mas o bombeiro Silvio Rodolfo Pereira Junior, 24 anos, não mede esforços quando o assunto é ajudar o próximo. No seu tempo de folga, longe da rotina da corporação, o rapaz se envolve em outro serviço: ele é voluntário da Defesa Civil de São José há um ano.

Não só Pereira, mas outras 249 pessoas estão cadastradas no banco de voluntários do órgão, que desde 83 atua em emergências, como inundações, soterramentos, queda de barreiras e queimadas. “Temos atualmente 100 pessoas ativas, prontas para atender qualquer chamado”, afirma José Benedito da Silva, coordenador da Defesa Civil.

Sangue frio. Paciência, boa vontade, interesse e o desejo de ajudar o outro fazem parte do lema da Defesa Civil. “As pessoas que desejam fazer parte da equipe têm de ter em mente que o pagamento é a satisfação de ver a vítima saindo ilesa”, afirma Pereira.

O guia de montanha Carlos Alberto de Carvalho, 51 anos, voluntário há 12 anos, o Carlão, concorda com o bombeiro. “Já aconteceu de eu chegar em um acidente e não poder fazer mais nada porque a vítima já se encontrava morta. Isso é muito triste”, disse.

Para que o trabalho seja agradável, cada voluntário atua na área que tem maior afinidade. A enfermeira Emiliana de Toledo Oliveira Nascimento, 33 anos, atua a cada 15 dias na ambulância. “Em uma chamada, nunca sabemos com certeza o que vamos encontrar no local da ocorrência”, afirmou a moça, voluntária desde 2010, que é casada e mãe de dois filhos. “Eles me apoiam. Sabem que é algo que eu gosto”.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil, a existência dos voluntários não tem a ver com a falta de funcionários. “As pessoas vêm até nós por vontade espontânea. Aliás, o cadastro começou a partir dos voluntários. São pessoas que sempre quiseram ajudar mas não sabiam como”, afirmou. “Nada é obrigatório. As pessoas podem entrar e sair quando quiser. E, como conciliam o seu trabalho com as atividades da Defesa, elas mesmas determinam os horários que estão disponíveis”, disse.

“Considero este um serviço gratificante. Nós acabamos conhecendo novas pessoas e outras histórias de vida, algumas muito tristes”, afirmou Emiliana. “Com a vivência, o dia a dia do voluntariado, passamos a dar mais valor às coisas simples da vida e paramos de reclamar tanto”, disse.

O Vale