Foi lançado ontem em Brasília o ‘Plano Nacional de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais’, em cerimônia com a presidente Dilma Rousseff (PT), no Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia. O plano, que visa o mapeamento de áreas de risco e estruturação do sistema de prevenção e alerta de desastres naturais, integra unidades do governo que já atuam na prevenção e mitigação de desastres.
Os principais são o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Risco e Desastres), da Secretaria Nacional de Defesa Civil, e o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), em Cachoeira Paulista, no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
As ações do plano estão divididas em quatro eixos prevenção, mapeamento, monitoramento e alerta, e resposta a desastres. A previsão é que sejam investidos R$ 20,6 bilhões. Para o pesquisador Carlos Nobre, que é responsável pelo Cemaden e acompanhou a cerimônia em Brasília a partir da sede do centro em Cachoeira Paulista, um dos resultados do plano é a ampliação da infraestrutura de equipamentos e recursos humanos para a melhoria da rede de monitoramento.
“Hoje o Cemaden já trabalha com uma equipe de 82 especialistas, que inclui 19 doutores, 38 mestres e o restante graduado em áreas de interesse para o centro.” Nobre disse que, desde sua inauguração, em dezembro de 2011, já foram emitidos 161 alertas sobre locais com risco de desastres em todo o país.
O Cemaden produz alertas baseados em estudos de modelagem, acompanhamento sistemático e contínuo da rede de monitoramento de dados meteorológicos e hidrológicos espalhada pelo país. “É um trabalho com embasamento científico e consistente, que é enviado ao Cenad, da Defesa Civil, responsável pela transmissão dos alertas aos Estados e municípios.”
Até 2014, o governo deverá investir R$ 362 milhões no aperfeiçoamento das instalações e pessoal do Cemaden. O professor Airton Bodstein, coordenador do curso de mestrado em Defesa e Segurança Civil da Universidade Federal Fluminense, participou da cerimônia em Brasília e disse que, se não existir estrutura de prevenção, como a que está sendo implantada pelo governo, as consequências são muito mais graves.
No entanto, o especialista pondera que essa cadeia de aparatos tecnológicos funcionará muito melhor se associada a um trabalho para a conscientização das pessoas que podem ser atingidas por flagelos naturais. Mais de 820 municípios foram selecionados como prioritários pelo alto risco de deslizamentos, enxurradas e inundações. Estas cidades serão mapeadas e terão planos de intervenção.
O Vale