Número de reabilitados aumenta na cidade

Em meio à Semana Nacional do Trânsito, que vai até a terça-feira com orientação para pedestres e motoristas, a superlotação nos centros de reabilitação para acidentados de São José dos Campos demonstra que ainda há muito por se fazer.

Para as mães que perderam seus filhos no trânsito, uma futura melhoria na estatística não será suficiente para remediar uma dor que é irreparável. Com média de cinco acidentes por dia, o trânsito de São José mata uma pessoa por semana. Mesmo que representem queda de 25% em relação a 2011, as 27 mortes no trânsito da cidade no primeiro semestre não ficam muito longe do número de homicídios registrados no mesmo período 32.

A Secretaria de Saúde de São José mantém três unidades de reabilitação para acidentados de todos os tipos, nas regiões central, leste e sul. Elas atendem, em média, 1.500 pessoas por mês. A maioria é homem, com idade entre 18 e 29 anos.

“Posso dizer que 80% dos pacientes que atendo sofreram acidentes no trânsito. Tem gente que passa até três anos fazendo tratamento”, disse o fisioterapeuta Átila Cartaxo, da unidade sul. “Eu bati num carro parado em cima da pista. Se eu tivesse correndo mais, tinha voado lá embaixo”, disse o motoboy Gabriel Froes, 31 anos, que fraturou o encaixe do fêmur em um acidente sofrido em maio, no Viaduto Bandeirante, jardim da Granja, zona leste.

“Os motoristas também precisarão dos nossos serviços algum dia, não custa eles darem passagem para gente”, disse o mototaxista Mário Martins, 33 anos, que colidiu contra um carro na semana passada no jardim Paulista (leste). Em ambos os casos, os motociclistas se isentaram de culpa.

O engenheiro e especialista em trânsito Ronaldo Garcia afirma que é preciso uma regulamentação para o tráfego de motos nas vias urbanas. “Eles passam entre os veículos e trocam de faixa intempestivamente. Nos Estados Unidos, as motos têm que andar seguindo o fluxo dos carros, é algo a se pensar”, disse.

A Secretaria de Transportes de São José informou que, desde 2010, já abordou 47 mil motociclistas dentro da campanha “Fico Vivo” e, desde 2009, 37 mil jovens no projeto “Jovem no Trânsito”, ambos com orientações sobre trânsito.

O Vale