O Programa Arte Viva, que oferece arte para estudantes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental da rede pública municipal de São José, atingiu a marca de presença em 33 das 45 escolas da cidade. O programa oferece oficinas de teatro, dança, fanfarra, flauta, pintura, coral, percussão e figurino para os alunos antes ou depois do horário de aula. De 2010 para 2012, o número de grupos das oficinas passou de 40 para 72.
No mesmo período, o número de alunos atendidos pelo Arte Viva subiu 56,42%. Em 2010, 1.331 estudantes foram contemplados pelo programa. Já em 2012 serão 2.082 alunos. Na última semana foi realizada uma parceria entre a Secretária de Educação e a Fundação Cultural Cassiano Ricardo para a contratação de novos profissionais, que vão atender as 12 escolas que não possuem oficinas do Arte Viva.
“Pretendemos atingir todas as escolas até 2013. Os professores relatam que a participação nas oficinas ajuda os alunos a melhorar a concentração, a oralidade e o envolvimento em sala de aula”, disse Claudia de Paula Oliveira, coordenadora do Arte Viva.
O programa foi criado em 2009 para unificar os projetos artísticos já existentes na rede municipal. Os estudantes se inscrevem nas oficinas, que são feitas durante a semana. O estudante Gabriel Luiz dos Santos Andrade, 15 anos, participa desde 2010 da oficina de teatro da escola Ana Berling Macedo, no Alto da Ponte, zona norte. Ele ganhou um prêmio de ator revelação e superação durante a semana Viva Arte, ao interpretar o Homem de Lata, na peça O Mágico de Oz.
“Fiquei muito feliz em ganhar o prêmio. O teatro ajudou a melhorar as minhas notas e a minha dicção”, disse o estudante da Vila Sinhá, zona norte. Para a mãe de Gabriel, Morgana Andrade, 41 anos, o filho ficou mais comunicativo até com a família. “Ele não falava muito nem em casa. A oficina ajudou a dar confiança”, disse.
A cadeirante e deficiente visual Manuela Tomasi Ferreira, 28 anos, é formada em musicografia braile pelo Conservatório de Música de Tatuí. O Arte Viva foi o pontapé inicial na carreira de Manuela. “Eu era solista no coral da escola Leonor Nunes Galvão. Esse foi o meu primeiro contato com música e abriu meus caminhos”, afirmou.
Já para Tainara Jerônimo Ribeiro, 14 anos, estudante da escola Silvana Ribeiro de Almeida, zona leste, participar da oficina de dança ajudou a vencer a timidez. Segundo Neusa Ambrosetti, professora de psicologia da educação da Unitau, oportunidades de manifestação artística são importantes principalmente na adolescência. “Os jovens precisam de referências positivas”.
Para a coordenadora do curso de letras e pedagogia da Anhanguera, Regina Celli Jardim, projetos artísticos estimulam a autoestima.
O Vale