Aeroporto de São José prepara ampliação e melhorias

Apontado como modelo de gestão a ser implantado em São José, o Aeroporto de Maringá (PR) completa 10 anos em 2011 administrado por uma empresa de economia mista e preparando projeto ambicioso de ampliação, que promete colocar o terminal na rota internacional dos voos de carga.

De janeiro a outubro desse ano, 551.236 passageiros foram transportados em Maringá, número 186% maior do que o movimento registrado no terminal de São José. A administração do aeroporto que atende o norte e nordeste do Paraná, sul do Mato Grosso do Sul e regiões de São Paulo, é feita pela SBMG S.A., empresa de economia mista criada especialmente para gerir o terminal.

Sua composição é formada por 99,96% de participação da prefeitura, 0,01% do prefeito em exercício, 0,01% de um representante da secretaria da fazenda, 0,01% de um representante da Câmara e 0,01% do superintendente do terminal em exercício.

Segundo o superintendente do aeroporto, Marcos Valêncio, o modelo de gestão dá agilidade às melhorias do terminal e garante o funcionamento do local mesmo com a troca de prefeito. “Houve uma profissio-nalização das pessoas que trabalham no aeroporto. Com isso, atraímos empresas. Se o aeroporto fosse tratado como uma secretaria, ficaria engessado”, disse Valêncio.

Por ser vinculado à prefeitura, o modelo também impossibilita a geração de lucro. Todo excedente de renda é investido em melhorias no próprio terminal, que conta com sala de espera climatizada, hangar para aviação executiva e um aeroclube.

Somente esse ano, a receita bruta do terminal foi de R$ 5,3 milhões, contra R$ 4,5 milhões de despesas. “Somos um dos poucos aeroportos autossustentáveis do país. Só recebemos dinheiro da prefeitura ou do Estado para reformas maiores”, afirma o superintendente da unidade.

No final de setembro, Valêncio esteve em São José para falar do funcionamento do aeroporto paranaense a representantes da prefeitura.

Do encontro, surgiu a ideia de adaptar o modelo de Maringá no Vale do Paraíba. Pela proposta apresentada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, José de Mello Corrêa, em audiência pública com a presença de um representante da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, a Urbam (Urbanizadora Municipal) faria o papel exercido pela SBMG em Maringá.

“A Urbam tem, em seu estatuto, essa possibilidade de gerir o aeroporto”, disse Mello, referindo-se ao texto encontrado no capítulo 1 do estatuto, que diz que a empresa poderá “implantar, operar e explorar as estações terminais de uso público de passageiros”.

Para o presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José, Felipe Cury, a municipalização seria ideal. “Temos o exemplo da OS (Organização Social) do Parque Tecnológico, que transformou esse polo industrial em um dos melhores do país”, afirmou Cury.

A decisão sobre a possibilidade de municipalização do aeroporto será anunciada no início do próximo ano, quando a Secretaria de Aviação Civil da Presidência divulgará o Plano Geral de Outorgas, que prevê projeto de melhorias em todos os terminais aeroportuários do país

O Vale