Quem foi Dona Vicentina Aranha
Imagem de Dona Vicentina Aranha estampada numa placa de bronze.
Dona Vicentina de Queirós Aranha foi uma grande dama da sociedade paulista que viveu no século passado. Casada com o senador Olavo Egydio, lutou pela obtenção de um local para a construção de um sanatório para o tratamento de portadores de tuberculose pulmonar, doença que, na época (1924), se alastrava por todo o Brasil. Vicentina Aranha organizou uma campanha que mobilizou toda a sociedade de São Paulo. Como resultado, o governo selecionou uma vasta área e deu continuidade à campanha. Finalmente, depois de construído, com projeto do arquiteto Ramos de Azevedo e obras executadas sob a supervisão do engenheiro Augusto de Toledo, foi inaugurado, em 27 de abril de 1924, o Sanatório São José dos Campos, que posteriormente recebeu o nome de Sanatório Vicentina Aranha, o primeiro da cidade e um dos primeiros do País. Infelizmente, porém, Dona Vicentina não viveu para testemunhar a concretização do seu sonho. Uma curiosidade é que ela era avó materna do engenheiro, empresário e político Olavo Egydio de Souza Aranha Setúbal (1923 – 2008), que foi prefeito da cidade de São Paulo (1975 – 1979), ministro das relações exteriores (1985 – 1986), durante o governo do presidente José Sarney, e responsável pelo crescimento e expansão do Banco Itaú, do qual era um dos maiores acionistas e presidente do conselho.
O parque
Em 1945, com a modernização dos métodos de tratamento da tuberculose, as instalações hospitalares foram gradualmente desmobilizadas. Mesmo assim, até o final do século passado, diversos doentes ainda foram tratados ali. No dia 27 de julho de 2007, aniversário de 240 anos de São José dos Campos, foi inaugurado, no mesmo local e com a adaptação das instalações, o Parque Vicentina Aranha. Tombado como patrimônio histórico e cultural do Estado em 2001, o complexo é formado por uma área construída de mais de 11.000 m². Faz parte do complexo um bosque com mais de 43.000 m², com espécies vegetais raras e centenárias como: mogno, peroba rosa, jequitibá e jacarandá da Bahia, entre outros. Pouca gente sabe que a área original, pertencente ao sanatório, descia até as laterais das Avenidas São João e Nove de Julho, até atingir as margens do Ribeirão Vidoca, onde hoje estão localizados os bairros Jardim Apollo e Vila Ema.
Atrações
Paralelamente aos espaços para a prática de exercícios físicos, procurados diariamente por mais de mil pessoas, o parque tem uma dinâmica permanente envolvendo, sobretudo, eventos culturais. Mostras de arte e artesanato, shows de música popular, concertos de música erudita, palestras e outras manifestações estão sempre presentes no calendário de atrações do local. Uma das mais recentes é o Projeto Leitura no Bosque, uma iniciativa da Fundação Cultural Cassiano Ricardo. O projeto visa estimular o hábito da leitura – quase perdido, devido à TV e à Internet e oferece um espaço especial para crianças e adultos, além de um acervo de mais de 800 livros sobre assuntos variados. Outra atividade, dentro do mesmo modelo, é a Barganha Literária, onde é possível realizar a troca de livros, onde qualquer pessoa pode trocar os livros já lidos por outros. O projeto se desenvolve aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 17 horas, com entrada franca.
Restauração
Muito embora seja possível utilizar a parte externa do parque, os prédios estão em fase de restauração. A associação que gerencia o projeto já arrecadou mais de 200 mil reais para essa finalidade, dinheiro doado pelos moradores e empresas de São José dos Campos, estimulados por incentivos fiscais. Embora já seja o suficiente para o início das obras, ainda é muito pouco, perto dos 40 milhões que serão necessários para a restauração total das instalações, tudo direcionado essencialmente à cultura, não apenas à cultura popular, mas a todas as vertentes culturais, artes plásticas, cinema e teatro – conforme explicou a coordenadora do projeto, a professora Ângela Tornelli.
mais ou menos eu queria a historia de agora de sao jose dos campos