TVSJC – Guilherme Leme fala da peça “O Estrangeiro”

Uma pessoa distante dos jogos sociais. Literalmente, um estrangeiro. Esta é apenas uma das definições de Mersault, personagem central da obra “O Estrangeiro”, de Albert Camus.

O romance virou peça de teatro nas mãos de Guilherme Leme e Vera Holtz, e foi adaptada por um amigo em comum: o escritor dinamarquês Morten Kirkskov.

“É muito difícil a gente estar no mundo e não jogar ‘o jogo’. O maersault não joga este jogo, e por isso ele é estirpado da sociedade, que não aceita gente muito nua e crua, muito verdadeira”, conta Guilherme.

A história de Mersault, que comete um crime sem motivo após a notícia da morte da mãe, intriga pela indiferença do personagem frente à hipocrisia do mundo.

Sucesso de público, o espetáculo (também dirigido pela atriz Vera Holtz) percorre todo o país colecionando elogios da crítica.

Nossa webTV aproveitou a passagem do monólogo pelo Teatro Colinas, em São José dos Campos, para conversar com o ator e co-diretor de “O Estrangeiro”.

Assista ao vídeo:

Algumas curiosidades:

* Albert Camus nasceu em 1913 na Argélia, mas foi criado e viveu na França até sua morte, em 1960. Além de escritor, romancista, ensaísta e dramaturgo, Camus também foi filósofo, sendo amigo pessoal de Jean Paul Sartre por muitos anos.

* A obra “O Estrangeiro” inspirou versões para teatro e cinema, além de ter influenciado composições de grupos de rock como The Cure e Engenheiros do Hawaii. Rumores não confirmados apontam que o romance tenha inspirado também a famosa canção Bohemian Rhapsody, do Queen.

* Guilherme Leme levou dois anos para montar o espetáculo. A primeira etapa consistiu em várias leituras dramatizadas para amigos e público, sempre com a ajuda da amiga Vera Holtz. Mas Vera só aceitou dirigir Guilherme após um ano de insistência do amigo. Na época, ela trabalhava em uma novela, e estava sem tempo para dedicar-se ao trabalho.