Da aristocracia à prostituição e da prostituição à liderança política mundialmente reconhecida. Assim pode ser definida a trajetória de Gabriela Leite em “Filha, Mãe, Avó e Puta – Uma entrevista”. A obra homônima, publicada em 2009, agora chega aos palcos, encenada por Alexia Dechamps e Louri Santos, sob a direção de Guilherme Leme.
Filha de um aristocrata e de uma dona de casa, a paulistana Gabriela Leite estudou nos melhores colégios e foi leitora assídua de grandes escritores, como Machado de Assis e Gilberto Freyre. Durante a ditadura militar, foi aprovada em segundo lugar para a USP, onde passou pelos cursos de Filosofia e Sociologia.
Ainda frequentou os barzinhos da Praça Roosevelt, conheceu Plínio Marcos e cantou nas rodas de Chico Buarque. Mas uma gravidez acidental deu início às mudanças em sua vida. Punida pela mãe, que a proibia do contato com a boêmia, Gabriela decidiu sair de casa e viver à sua maneira. Assim, cansada também da desinteressada rotina de secretária e ansiosa para experimentar sua liberdade sexual, aos 22 anos, ela abandonou o emprego e, corajosamente, foi trabalhar nos prédios do Boca do Lixo, baixo meretrício de São Paulo.
Tempos depois, Gabriela Leite mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a viver, como prostituta, na Vila Mimosa. Ainda que condenada pela sociedade e também por sua família, ela não se intimidou diante dos preconceitos e passou a defender com a garra necessária sua categoria. Indignada com os maus tratos sofridos silenciosamente pelas prostitutas, começou a articular com suas colegas um movimento pela regulamentação da profissão e pela inclusão social delas. Com uma brilhante atuação na condução de seus objetivos, Gabriela Leite ganhou respeito e fama no Brasil e no mundo e acabou fundando a primeira Associação Brasileira de Prostitutas, a ONG Davida e a irreverente grife Daspu.
Mesmo após enfrentar tantas barreiras ao longo da vida, como a necessidade de deixar de lado as filhas para seguir com seus sonhos, Gabriela Leite não se sente vítima das próprias escolhas. Hoje, é uma avó dedicada e uma das maiores lideranças mundiais ativas em campanhas de combate a Aids e direitos humanos das prostitutas.
Assinada por Márcia Zanelatto, “Filha, Mãe, Avó e Puta – Uma entrevista”. mostra, de forma séria e, ao mesmo tempo, bem humorada, essa trajetória cheia de surpresas e emoções de uma mulher que sente orgulho em dizer que é prostituta.
Ficha Técnica:
Direção – Guilherme Leme
Co direção – Susana Garcia
Adaptação- Marcia Zanelatto
Elenco – Alexia Dechamps e Louri Santos
Iluminação – Tomás Ribas
Cenografia e trilha sonora- Guilherme Leme
Figurino – Ana Roque
Design Gráfico – Roberta de Freitas
Preparação vocal – Jaqueline Priston
Visagismo – Leopoldo Pacheco
Fotografia – André Gardenberg e Roberta de Freitas
Assistentes de direção – Larissa Bracher, Felipe Lima e Cecília Dassi
Assistente de cenografia – Larissa Bracher
Assistente de figurino – Beatriz Moysés
Assistentes de preparação vocal – Tatiana Medeiros e Ana Carolina Cravo
Cenotécnico – André Salles
Cenotécnico assistente – Ney Silveira
Equipe cenotécnica – Silvio Salles, Rafa, Ronald e Beto Serralheiro.
Contra-regra e camareiro – Jan Serra
Assistente de iluminação e Operador de Luz – Sandro Lima
Operador de vídeo- Willi
Produção Executiva – Carol Marques
Assistente de Produção – Alessandra Dimitriou
Assessoria de imprensa – Natasha Stein
Coordenação Geral – Montenegro e Raman
Classificação etária: 14 anos
Data:
20, 21 E 22
Sexta-feira e sábado: 21:00 hs
Domingo:19:00 hs
Valor:
Plateia e Mezzanino:
R$ 50,00 inteira
R$ 25,00 meia
Teatro Colinas