Há 20 anos, os 10 mil moradores do Dom Pedro 2º, na zona sul de São José dos Campos, espera pela regularização do bairro. Eles ainda não conseguiram as escrituras das casas e reclamam de infraestrutura insuficiente. O Dom Pedro 2º surgiu em 1992, a partir de um loteamento da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) em parceria com a Prefeitura de São José.
No local, há 1.726 casas e os moradores aguardam a regularização da documentação dos imóveis. O comerciante Geraldo Rodrigues da Silva, de 65 anos, é morador do Dom Pedro 2º há 11 anos e não consegue alvará de funcionamento para seu estabelecimento comercial.
“A prefeitura não reconhece o bairro e não oferece alvará para o funcionamento do comércio. Tenho apenas o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). Não é bom você trabalhar de forma irregular”, disse. Por não ter alvará, o comerciante já teve problemas para tocar o seu negócio. “Só agora que vou conseguir colocar máquinas de cartão no mercado. Os bancos não queriam oferecer máquina aos clientes porque não tenho o alvará”, afirmou.
Os moradores acreditam que por o bairro não ser regularizado, há pouco investimento na infraestrutura do local. “Por aqui faltam creches para as crianças, segurança e área de lazer para a prática de exercícios. Tem dois postes de luz com problemas na rua onde moro que desde o ano passado não foram consertados”, disse a dona de casa Sônia Maria da Silva, de 48 anos.
“Fui tentar colocar seguro para a minha casa e não consegui, por causa da situação do bairro”, afirmou.
Segundo Rodrigues, alguns serviços não chegam até o bairro, como a revitalização de praças e a pintura de faixas de trânsito nas ruas.
Para a regularização do Dom Pedro 2º, uma série de medidas precisam ser tomadas. De acordo com o gerente regional da CDHU no Vale, Francisco de Assis Vieira Filho, o loteamento foi construído há 20 anos em cinco áreas distintas. Para sua regularização, foi necessário unifica-lo.
“O Dom Pedro 2º é a nossa maior prioridade no Vale do Paraíba. As pessoas não tem ideia da aflição que temos em relação a essa pendência, mas em breve viraremos essa página”, disse Vieira. O sonho de ver o bairro regularizado continua. “É um desejo de todos por aqui. Esperamos que isso aconteça o quanto antes”, afirmou Sônia.
O Vale